Autoridades brasileiras planejam ir para Itália receber informações da delação de traficante sobre ligação da máfia com o PCC e Comando Vermelho

Traficante italiano delata ligações do PCC com a máfia calabresa — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Foto: Jornal Nacional/ Reprodução


 

 

O secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, informou à TV Globo que autoridades brasileiras estão planejando ir para a Itália receber informações da delação de Vincenzo Pasquino, traficante que viveu no Brasil por vários anos. 

Pasquino foi preso, extraditado para a Itália e contou detalhes da relação da máfia da Calábria com facções brasileiras como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho.

"Este ofício ele confirma dados com os quais nós já trabalhávamos há algum tempo. O crime organizado é no brasil transnacional. Já existem profissionais da área de Segurança, da Justiça trabalhando que devem, inclusive, se deslocar a Itália. São informações que eu tenho certeza e temos a expectativa de que sejam importantes para a desestruturação dessas organizações criminosas", afirma Sarrubbo.

Vincenzo Pasquino morou na cidade de São Paulo, onde negociava com a facção criminosa. Pasquino tinha posição de liderança na máfia da Calábria, a ‘Ndrangheta, a mais poderosa da Itália. No meio policial e Judiciário, é considerado raro um líder da ‘Ndrangheta delatar.

A Ndrangheta domina o mercado mundial de drogas por meio de outras organizações criminosas, principalmente da cocaína. Segundo o ofício encaminhado ao Brasil por autoridades italianas, as drogas saíam do país em grande quantidade pelo mar para famílias de mafiosos na Itália.

  • Pasquino deu codinomes dos criminosos brasileiros, omitidos no documento para não atrapalhar as investigações.
  • Segundo ele, em 2020, um traficante saiu de Brasília, fez diversas escalas pelo Brasil para despistar as autoridades, até chegar a Aracajú, onde o italiano morava, para tratar de um envio de cocaína para Europa.
  • O combinado era dividir a carga entre brasileiros e italianos na Europa.

Giovanni Melillo, chefe da Direção Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália, explicou que assim como as organizações precisam uma das outras, as autoridades também precisam trabalhar juntas.

"As organizações estão trocando informações e compartilhando métodos de trabalho que multiplicam o perigo. O nosso empenho é para agir na mesma velocidade através das fronteiras. A presença da Ndrangheta no Brasil é preocupante, do ponto de vista italiano e do ponto de vista da América Latina", afirma.

Traficante italiano delata ligação da máfia com facção criminosa do Brasil


 
 
(g1)

 

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