Instituto do Câncer do Ceará realizará primeira cirurgia robótica em oncologia pelo SUS no Norte e Nordeste — Foto: Divulgação |
Cirurgias robóticas começam a ser implementadas a partir de outubro deste ano no Ceará para pacientes oncológicos do Sistema Único de Saúde (SUS). O Instituto do Câncer do Ceará (ICC) será a primeira instituição filantrópica do Norte e Nordeste a ofertar o procedimento.
O instituto firmou um termo de colaboração com a Secretaria de Saúde do Município de Fortaleza para democratizar o acesso a tratamentos de ponta. A cirurgia robótica é um procedimento cirúrgico mais preciso e menos invasivo, permitindo alto desempenho em procedimentos de ressecção de tumores, aumentando as chances de cura de pacientes oncológicos.
De acordo com o ICC, a cirurgia robótica reduz o tempo de duração dos procedimentos, facilita a manipulação de áreas de difícil acesso, minimiza efeitos colaterais e proporciona menor tempo de internação hospitalar.
"A cirurgia robótica no Brasil já tem mais de 15 anos de atuação. Nós já temos em torno de 150 plataformas de cirurgia robótica instaladas no Brasil. Porém, a imensa maioria das plataformas de cirurgia robótica são em instituições privadas. Poucas plataformas instaladas em hospitais beneficiam os pacientes do SUS", pontuou Emanuel Veras, coordenador médico do programa de Cirurgia Robótica do ICC.
De acordo com o especialista, uma das maiores vantagens desse tipo de procedimento é poder conseguir incorporar tecnologia de alta performance na rede de saúde pública, reduzindo as desigualdades assistenciais. O projeto é contínuo.
A grande maioria dos pacientes poderá passar por uma cirurgia robótica. Esse tipo de procedimento vai tratar, especialmente, câncer de pênis, próstata, rim, bexiga, entre outros.
"A cirurgia robótica é uma evolução tecnológica da cirurgia laparoscópica. Muito do que se faz em termos laparoscópicos, nós também vamos fazer robóticos. E vai além: existem procedimentos que não são feitos via laparoscópica e que a gente consegue fazer de forma robótica. No ICC vamos começar inicialmente o programa com as cirurgias urológicas", explicou o coordenador.
Ampliação
Com o projeto mais estabelecido, a equipe também vai usar a cirurgia robótica em procedimentos abdominais, na cabeça e pescoço, tórax e casos ginecológicos. "Com ela você tem uma melhor recuperação funcional dos pacientes. Além disso, em muitas das cirurgias robóticas, temos diminuição de sangramentos".
"É uma cirurgia realizada com visão tridimensional de alta definição. Nós temos filtro de tremor no robô, porque o braço humano, às vezes, pode ter algum tremor. Então, no robô, a gente não tem esse problema. Nós temos possibilidade de vários movimentos pelas pinças robóticas", acrescentou Emanuel Veras.
O ICC já iniciou a capacitação para a formação de novos cirurgiões deste segmento e o aperfeiçoamento do corpo clínico já habilitado para a realização da técnica. O treinamento inclui o uso de um simulador de última geração, para garantir a excelência no uso da tecnologia. A instituição dispõe de um Centro de Formação em Cirurgia Robótica.
"Toda cirurgia vai ter o risco iminente da cirurgia e da técnica cirúrgica, porém os avanços tecnológicos vêm para melhorar resultados funcionais, oncológicos, os resultados cirúrgicos e também para tornar a cirurgia o mais segura possível para o paciente. A incorporação de alta tecnologia na medicina como um todo e, não obstante, na cirurgia também, é sempre visando melhores resultados terapêuticos", concluiu o especialista.