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MANU SAN FELIX/NATIONAL GEOGRAPHIC PRISTINE SEAS/AFP
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Cientistas anunciaram nesta quinta-feira (14) que encontraram o maior coral do mundo, próximo às Ilhas Salomão, no Oceano Pacífico. O animal marinho centenário é tão grande que os pesquisadores que navegavam pelas águas cristalinas do arquipélago acreditaram inicialmente que tinham encontrado um navio afundado.
"Quando pensávamos que não havia mais nada para ser descoberto no planeta Terra, encontramos um coral enorme, com quase um bilhão de pólipos, pulsando de vida e cor", declarou o ecologista marinho Enric Sala.
A estrutura, que está crescendo há quase de 300 anos, é formada por uma "complexa rede" de pequenos pólipos de coral. A estrutura viva é diferente de um recife de coral, formado por várias colônias distintas de coral, explicou Sala, explorador da National Geographic.
Com 34 metros de largura e 32 metros de comprimento, o megacoral é três vezes maior que o recordista anterior, um coral chamado "Big Momma", localizado em Samoa Americana.
O novo coral foi encontrado na ponta sudeste das Ilhas Salomão, uma área conhecida como Três Irmãs. Foi detectado por uma equipe da National Geographic que estava em uma expedição científica na área.
O aumento da temperatura e a acidez dos oceanos drenaram a vida dos corais em muitas águas tropicais do Pacífico, incluindo a famosa Grande Barreira de Coral da Austrália. Mas esta nova descoberta oferece um pequeno vislumbre de esperança, segundo a equipe de pesquisa.
Risco de extinção
Nesta quarta-feira (13), um relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) indicou que quase metade das espécies de corais construtores de recifes, que vivem em águas tropicais, está em perigo de extinção.
A publicação da lista vermelha atualizada de espécies ameaçadas ocorre em meio à cúpula climática COP29 em Baku, no Azerbaijão, da qual líderes de muitos dos principais países poluidores decidiram não participar.
O aumento das temperaturas gerado pela atividade humana causou o branqueamento maciço dos recifes de coral, ameaçando ecossistemas cruciais para a vida marinha e a subsistência das populações que dependem deles.
Conforme a UICN, 892 espécies de corais construtores de recifes, que vivem nas águas quentes e rasas dos trópicos, estão em perigo de extinção. Na última avaliação, realizada em 2008, um terço de todas as espécies de corais estavam em risco. Os corais estão igualmente ameaçados pela poluição, por doenças e pela pesca não sustentável.
A maioria dos corais construtores de recifes é encontrada na região do Indo-Pacífico, como a Grande Barreira de Corais australiana, que este ano sofreu um dos piores episódios de branqueamento da sua história.
A lista vermelha atualizada da UICN inclui os resultados de um estudo sobre corais construtores de recifes no oceano Atlântico, publicado nesta quarta-feira na revista científica PLOS ONE. A pesquisa concluiu que cerca de uma em cada três espécies deste coral do Atlântico está em perigo crítico de extinção, mais do que se pensava anteriormente.