Operação prende 20 membros de quadrilha especializada em roubo de caminhonetes de luxo no Ceará


 



Uma operação coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal, com apoio das polícias do Ceará, Mato Grosso do Sul e Goiás, resultou na prisão de 20 pessoas nesta quinta-feira (13) - 15 no DF e 5 em Fortaleza. 

  A operação cumpre 26 mandados de prisão (13 preventivas e 13 temporárias) e 32 mandados de busca e apreensão, além de bloquear R$ 7 milhões em contas bancárias ligadas ao grupo. A organização criminosa é especializada em furtos de caminhonetes Toyota Hilux e SW4, veículos de alto luxo usados para financiar o tráfico internacional de drogas.

As cinco pessoas presas em Fortaleza foram encaminhadas para a Delegacia de Roubo e Furto de Veículo e Carga. A operação segue em andamento.

Veículos eram trocados por droga

A organização atuava em quatro estados e possuía ramificações internacionais. As caminhonetes furtadas no DF eram adulteradas, ocultadas e transportadas para regiões de fronteira com Bolívia e Paraguai, onde eram trocadas por grandes carregamentos de drogas. Parte dos veículos também era desmanchada para venda ilegal de peças ou inserida no mercado clandestino.

O grupo tinha estrutura complexa, dividida em núcleos estratégico, operacional, logístico e financeiro, com funções específicas. Chefes do esquema, vinculadas ao Comando Vermelho, coordenavam desde o planejamento dos furtos — incluindo equipamentos para burlar sistemas de segurança — até a lavagem de dinheiro.

Operação em Fortaleza

Em Fortaleza, os alvos da operação foram levados ao Departamento de Polícia Judiciária Especializada (Delegacia de Roubo e Furto de Veículo e Carga). A cooperação com a Polícia Civil do Ceará foi essencial para rastrear integrantes do núcleo logístico, responsável pelo transporte interestadual dos veículos.

“A organização se retroalimentava do crime. O lucro das drogas era reinvestido em novos furtos, criando um ciclo de violência e ilegalidade”, destacou a Polícia Civil do Distrito Federal, em nota. A investigação começou após um aumento exponencial de roubos de picapes de luxo, todas da mesma marca e modelo, o que indicava ação especializada.

Estrutura hierárquica

O núcleo estratégico, formado pelos líderes, comandava as operações e fornecia tecnologia para os furtos. Já o operacional executava os crimes e adulterava os veículos, enquanto o logístico levava as caminhonetes para fronteiras ou desmanches. O financeiro, por sua vez, lavava o dinheiro e distribuía lucros.

Além do prejuízo milionário com os veículos — cada Hilux pode custar até R$ 400 mil —, a organização criminosa fortalecia o tráfico de drogas, que abastecia o mercado brasileiro. A Polícia Civil ressaltou que a operação interrompeu um fluxo financeiro crucial para o crime organizado.

Os presos responderão por formação de quadrilha, furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação ao tráfico. A investigação segue para identificar mais envolvidos e rotas internacionais.





(g1) 

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