Dois suspeitos de incendiar empresa de internet no Ceará são denunciados pelo Ministério Público

 Criminosos voltam a atacar empresas provedoras de internet no Ceará — Foto: Reprodução

Conforme a denúncia do MPCE, na madrugada de 17 de março Gustavo Cavalcante dos Santos e Gabriel Vasconcelos do Nascimento participaram do incêndio a loja da empresa. A ação foi registrada pela câmera de segurança do estabelecimento.

Gustavo atuou diretamente no incêndio à loja, acompanhado de quatro pessoas não identificadas. Já Gabriel, atuou como “olheiro”, monitorando e facilitando a execução dos crimes e a fuga dos envolvidos. A defesa dos suspeitos não foi localizada.

Criminosos voltam a atacar empresas provedoras de internet no Ceará

Após o ataque, Gustavo foi preso em flagrante em um bar. Ele era o único do grupo sem balaclava, o que facilitou sua identificação.

No mesmo dia, Gabriel, que era monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia bloqueado o sinal para impedir o rastreamento no momento do ataque, foi detido em sua residência, próximo ao local do crime.

Ainda segundo o Ministério Público, investigações indicam que os crimes foram comandados por uma organização criminosa, cujo objetivo é dominar territórios e obter recursos provenientes de serviços essenciais. Para isso, a facção utiliza táticas terroristas, violência física e psicológica, visando espalhar medo e pânico entre a população.

"A finalidade dessa estratégia é expandir o monopólio do tráfico de drogas para um controle econômico mais amplo. Nesse cenário, de acordo com a denúncia, os executores agiram seguindo ordens diretas da organização criminosa", afirmou o Ministério Público.

Os dois homens foram denunciados por integrarem organização criminosa e pelo concurso material dos crimes de incêndio e atentado contra serviços públicos, sendo Gustavo na função de participação nos atos executórios e Gabriel, na de colaboração.

Ataques no Ceará

Chega a 40 o número de presos por ataques a provedores de internet no Ceará

Chega a 40 o número de presos por ataques a provedores de internet no Ceará

Os ataques coordenados pelo Comando Vermelho contra os provedores de internet no Ceará têm ocorrido desde fevereiro. Eles exigem dinheiro de operadoras de internet para permitir a oferta do serviço e promovem ações de retaliação contra as provedoras que recusam pagar a "taxa".

Pelo menos 40 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento nos ataques a provedoras, conforme balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública do Ceará na quinta-feira (27).

Quatro prisões ocorreram em fevereiro e outras 36 foram resultados de três fases da Operação Strike, montada pelas forças de segurança especialmente para combater esse tipo de crime.

Prisões de envolvidos nos ataques a empresas de internet:

  • 21 de fevereiro: quatro traficantes foram presos por crimes como tráfico de droga e homicídio; à época das prisões, eles não eram investigados pelos ataques às empresas, mas a polícia apontou o envolvimento deles após investigações.
  • 1ª fase da operação Strike, 12 de março: 17 membros de facção criminosa foram presos pela série de ataques a empresas;
  • 2ª fase da operação Strike, 14 de março: 7 foram capturados e empresas ilegais comandadas por facção criminosa são fechadas;
  • 25 de março: um guarda municipal de Fortaleza e três comparsas foram presos suspeitos de envolvimento nos crimes.
  • 3ª fase da operação Strike, 27 de março: 8 foram detidos na cidade de Caridade, a mais afetadas pelos ataques.

Além das prisões, veículos, diversos aparelhos celulares, armas e munições também foram apreendidos.

Cronologia dos ataques

Criminosos destroem veículos e atacam provedoras de internet que recusam pagar 'taxa' a facção criminosa no Ceará 

  • 17 de março: cinco criminosos encapuzados arrombaram a porta da Giga+, derrubaram líquido inflamável e atearam fogo no local no Bairro Parque Soledade, em Caucaia. O segundo crime ocorreu no Bairro Parque São Gerardo, no mesmo município. Em Caridade, uma empresa provedora de internet também foi atacada
  • 14 de março: segunda fase da operação Strike prende mais sete suspeitos de envolvimento nos ataques, totalizando 24 prisões.
  • 12 de março: a operação policial nomeada Strike prende 17 suspeitos de envolvimento na onda de ataques a provedoras de internet.
  • 11 de março: criminosos jogaram pedras contra um veículo da empresa Brisanet na cidade de Caucaia.
  • 10 de março: a fachada da empresa Acnet, na cidade de Caucaia, foi alvo de vários tiros.
  • 10 de março: membros de facção destruíram fiação de uma empresa de internet em Caucaia.
  • 9 de março: um dia após o governador anunciar combate a esse tipo de crime, uma empresa foi atacada na madrugada no Bairro Sítios Novos, em Caucaia.
  • 8 de março: o governador do Ceará, Elmano de Freitas, anuncia criação de grupo para combater a facção que ataca as provedoras de internet no estado.
  • 7 de março: criminosos destruíram várias fiações de uma operadora na cidade de Caridade; 90% dos clientes do município ficaram sem internet.
  • 6 de março: um carro de serviço da Brisanet foi completamente destruído pelas chamas no Conjunto Metropolitano, em Caucaia.
  • 27 de fevereiro: no distrito do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, onde está localizado o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), criminosos invadiram e vandalizaram uma empresa.
  • 22 de fevereiro: no Bairro Jacarecanga, em Fortaleza, dois veículos da empresa Brisanet foram destruídos em incêndio.

g1

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