Progressista, papa Francisco desafiou conservadores e tradições


 


O papa Francisco, líder da Igreja Católica que faleceu na madrugada desta segunda-feira (21/4) aos 88 anos, ocupava a função desde 2013. O pontífice ficou internado por cerca de 40 dias após uma pneumonia dupla.

Nesse sábado (19), ele apareceu em público, na basílica de São Pedro, no Vaticano. No Domingo de Páscoa (20), fez uma aparição pública na Praça de São Pedro para abençoar os fiéis. Ele acenou para as milhares de pessoas que estavam presentes e durante a mensagem de Páscoa fez um apelo aos responsáveis políticos “para que não cedam à lógica do medo, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento.”

Francisco se destacou como um líder progressista. Em 2014, mediou negociações entre os então presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, em um esforço para reaproximar os dois países. O diálogo, que envolvia a troca de prisioneiros, foi interrompido após a posse de Donald Trump na Casa Branca.

Durante seu pontificado, a Igreja Católica avançou na acolhida a pessoas LGBTQIA+. Em dezembro de 2023, Francisco autorizou a bênção a casais do mesmo sexo, contrariando a doutrina tradicional da Igreja, que condena a união homossexual.

A decisão gerou forte reação da ala conservadora do clero. Como forma de equilíbrio, Francisco permitiu que padres se recusassem a realizar a bênção, mas proibiu que impedissem fiéis “em qualquer situação” de buscar a ajuda de Deus por meio desse ato simbólico.

A medida já havia sido sinalizada meses antes, quando o papa respondeu a cinco cardeais conservadores da Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina, abrindo a possibilidade para a bênção a casais do mesmo sexo.

Francisco destacou, na ocasião, que “a caridade pastoral deve permear todas as nossas decisões e atitudes”, ressaltando que “não podemos ser juízes que apenas negam, rejeitam e excluem”.




(Metropoles) 

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