Com 27 açudes sangrando, Ceará finaliza quadra chuvosa de 2025 com mais de 50% da capacidade total

 




Com chuvas até agora dentro da média nos meses da quadra chuvosa, fevereiro a maio, o Ceará tem um retrato positivo nos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Nesta sexta-feira (30), 55% do volume total deles estão preenchidos.

O Estado tem, no momento, 27 reservatórios sangrando (veja lista abaixo), ou seja, que atingiram a capacidade máxima. Entre eles está o Orós, o segundo maior do Estado, que verteu no último dia 26 de abril. Além deles, outros 35 têm volume acima de 90%.

Os açudes cearenses têm capacidade de armazenar 18,5 bilhões de metros cúbicos, dos quais 10,2 bi de m³ estão cheios. Só neste ano, de acordo com levantamento da Cogerh, o aporte nos reservatórios foi de 5,88 bi de m³.

Açudes sangrando no Ceará

  1. Acaraú Mirim, em Massapê; 
  2. Arrebita, em Forquilha; 
  3. Jenipapo, em Meruoca; 
  4. Sobral, em Sobral; 
  5. Caldeirões, em Saboeiro; 
  6. Orós, em Orós; 
  7. Diamantino II, em Marco; 
  8. Gangorra, em Granja; 
  9. Itaúna, em Granja; 
  10. Tucunduba, em Senador Sá; 
  11. Várzea da Volta, em Moraújo; 
  12. Caxitoré, em Uruoca; 
  13. Frios, em Umirim; 
  14. Itapajé, em Itapajé; 
  15. Mundaú, em Uruburetama; 
  16. Poço Verde, em Itapipoca; 
  17. Quandú, em Itapipoca; 
  18. Amanary, em Maranguape; 
  19. Aracoiaba, na cidade de mesmo nome; 
  20. Cauhipe, em Caucaia; 
  21. Germinal, em Pacoti; 
  22. Pacajus, na cidade de mesmo nome;
  23. Pesqueiro, em Capistrano; 
  24. Sítios Novos, em Caucaia; 
  25. Tijuquinha, em Baturité; 
  26. Olho d'Água, em Várzea Alegre; 
  27. Rosário, em Lavras da Mangabeira.

Situação dos açudes por região

O balanço da situação hídrica do Estado reflete também a distribuição irregular das chuvas entre fevereiro e maio. Algumas bacias hidrográficas estão cheias com mais de 90% da capacidade total, enquanto outras amargam volumes próximos a 30%.

Essa possibilidade já havia sido adiantada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), durante a divulgação do prognóstico da quadra chuvosa, em fevereiro. O órgão informou que havia maior tendência de precipitações ao Norte do Ceará, enquanto o Sul teria menores acumulados.

A bacia do Litoral, que inclui açudes como Quandú e Mundaú, está com a situação mais confortável entre as 12, com 98,7% do volume. No outro extremo, com apenas 20,3% da capacidade preenchida, está a bacia do Sertão de Crateús, incluindo açudes quase secos.

Os três “gigantes” cearenses – Castanhão, Orós e Banabuiú – também têm cenários distintos mostrados pelo monitoramento da Cogerh nesta sexta-feira (30). Enquanto um deles, o Orós, sangra, os outros têm volumes bem mais baixos.

O Castanhão, maior do Estado, no Médio Jaguaribe, está com 29,7% da capacidade cheia. No total, o açude suporta 6,7 bilhões de metros cúbicos, dos quais 1,99 bi de m³ estão armazenados. O pico de volume deste ano foi 30%, neste mês de maio.

Já o Banabuiú, terceiro maior do Ceará, com 1,53 bi de m³ de capacidade total, tem 36,7% deste volume preenchidos. Apesar disso, o valor é o maior registrado em 2025.

Balanço da quadra chuvosa

A previsão de que as chuvas ficariam dentro da média histórica em 2025 tem se mostrado como tendência no Estado. Como o período vai oficialmente de fevereiro a maio, é preciso aguardar os dados consolidados do último mês.

Contudo, ao contrário de 2024, as chuvas foram mais escassas neste ano. Em fevereiro, dos 121,3 mm de média, choveu 124,2 mm, um leve desvio positivo de 2,4%. Em março, mês historicamente mais chuvoso do Estado, o acumulado foi de 205,1 mm – praticamente igual à média, de 206,5 mm.

Abril, por outro lado, teve situação mais negativa: dos 190,7 mm “esperados”, choveu 120 mm, 37,1% abaixo da média, pior resultado em 8 anos.




(DN)

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