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Foto: Divulgação |
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (9) o uso do medicamento Mounjaro no tratamento da obesidade no Brasil. Até então, a substância, que usa a tirzepatida como base, era recomendada apenas para adultos com diabetes tipo 2.
A medida oficializa uma prática que já vinha sendo adotada por médicos em regime “off-label”, quando o medicamento é prescrito para usos não descritos na bula.
O Mounjaro foi aprovado no país em 2023, mas só chegou ao mercado em maio de 2025. Ele é vendido em caixas com quatro canetas injetáveis, com preços que variam de R$ 1.406,75 a R$ 2.384,34, dependendo da dosagem e da alíquota de ICMS.
Evidências clínicas
A decisão da Anvisa tem como base os resultados do programa global SURMOUNT, que reúne sete estudos clínicos de fase 3 com mais de 20 mil participantes. Os dados mostraram que, na dose mais alta (15 mg), os pacientes tiveram perda média de 22,5% do peso corporal — contra 0,3% no grupo placebo. Na dose mais baixa (5 mg), a redução foi de 16%.
Cerca de 40% dos voluntários que usaram Mounjaro perderam mais de 40% do peso total. Os estudos também registraram melhorias secundárias, como redução da pressão arterial, do colesterol e da circunferência abdominal.
Regulação e segurança
Desde abril, a Anvisa exige a retenção da receita médica para a compra de canetas como Mounjaro e Ozempic, seguindo regras semelhantes às aplicadas a antibióticos.
A aprovação amplia o arsenal terapêutico contra a obesidade, condição que afeta cerca de 22% da população adulta brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde.
(GCMais)