Ciro Gomes é processado por Lula após fala sobre consignado e reage: 'Perseguição'

 

 Imagem mostra Ciro Gomes ao meio, durante uma entrevista coletiva em Fortaleza. Ele veste terno e gravata.

Mais uma vez, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) foi parar na Justiça devido às suas declarações. Agora, o autor da denúncia é o presidente Lula (PT), que, pela Advocacia-Geral da União (AGU), ingressou com uma interpelação judicial contra o pedetista.

Segundo o jornal Gaúcha Zero Hora, a denúncia indica que Ciro ofendeu a honra do petista ao lhe imputar os crimes de peculato e corrupção passiva. 

Os objetos são vídeos divulgados no YouTube e no Instagram, em que Ciro acusa Lula de se beneficiar de propina para implementar o programa de empréstimo consignado para trabalhadores do setor privado, batizado de "Crédito do Trabalhador", e "encher o bolso dos banqueiros, enquanto fragiliza a população".

Ciro também insinua que o presidente obteve vantagem ilícita no escândalo do Mensalão, que completa 20 anos em 2025.

A análise ficará a cargo da 11ª Vara da Justiça Federal do Ceará. Ciro teve oportunidade de se pronunciar no processo, em prazo que acabou na segunda-feira (2), mas não o fez. Com isso, ele poderá ser alvo de ação judicial pelo crime de calúnia contra Lula.

Ciro Gomes reage

Ciro repercutiu o caso nas redes sociais, em vídeo publicado neste sábado (7), dizendo-se vítima de perseguição pela via judicial.

"Nos últimos anos, eu tenho procurado suportar, em silêncio, um enorme 'lawfare'. Você sabe, é a manipulação, no Brasil, do próprio Judiciário para a perseguição de pessoas que são vistas como inimigas dos poderosos", apontou.

Ele se colocou, ainda, como a figura pública que, nos últimos dez anos, aceitou a tarefa "muitas vezes sobre-humana" de tecer críticas aos bancos.

"Agora, finalmente, o maior dos agentes dos agiotas, o presidente Lula, do alto da sua covardia e, manipulando o próprio poder da Presidência da República, entra nesse jogo judicial na tentativa de me calar", disse.

Ciro argumentou que o instrumento utilizado, de interpelação judicial por ataque à honra, e não por calúnia, impediu-lhe de utilizar o direito da exceção da verdade e provar, nos autos, que ele não mentiu nas declarações judicializadas.

"Lula não colocou o pobre no orçamento, colocou o pobre em leilão. O povo brasileiro virou um imenso banco de dados e ativos a serem negociados com bancos agiotas para roubá-los de todas as formas possíveis a partir da taxa de juros mais alta do mundo. Dados de aposentadorias, benefícios assistenciais, o BPC até o Bolsa Família, tudo virou ativo para ser explorado pelos bancos agiotas brasileiros", complementou.

DN 

Postagens mais visitadas do mês