Falso advogado: golpe atinge quem tem ações contra planos de saúde no Ceará

 

TROCA de operadoras de celular é maior entre as portabilidades no Estado

A Defensoria Pública alerta sobre criminosos que se passam por advogados ou defensores públicos, solicitam transferências bancárias e utilizam dados de processos para enganar vítimas 

 Aproveitando-se do momento de vulnerabilidade na saúde, golpistas entram em contato por telefone ou WhatsApp com pessoas que estão ingressando ou já possuem ações na Justiça contra planos de saúde.

Esse é um dos golpes que mais tem crescido, segundo a Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE).

Na última terça-feira, 27, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) prendeu oito pessoas suspeitas de participação no golpe do “falso advogado/defensor”. As investigações são conduzidas pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF).

Como funciona o golpe

Desta vez, os criminosos estão utilizando o nome de instituições públicas, se passando por defensores públicos ou advogados, para enganar pessoas que estão com ações relacionadas a operadoras de planos de saúde.

Em entrevista ao O POVO, o subdefensor público geral do Estado do Ceará, Dr. Leandro Bessa, explica que os golpistas acessam dados de processos judiciais que não estão sob segredo de Justiça.

“Sistemas de acesso público, como o PJE ou o eSAJ, podem ser fontes de informação para esses criminosos. Em alguns casos, eles chegam a ter conhecimento de decisões favoráveis às vítimas e utilizam essa informação para ganhar a confiança delas”, explica.

O golpe normalmente ocorre da seguinte forma: após obter dados do processo, o criminoso entra em contato, informa haver valores a serem liberados ou que a pessoa tem direito a algum benefício, mas exige o pagamento antecipado de taxas ou custas inexistentes.

Sinais de alerta

O principal sinal de que se trata de um golpe é qualquer solicitação de pagamento, taxa ou transferência bancária, feita por alguém que se identifica como defensor público ou representante da Defensoria.

“A Defensoria Pública, por ser um serviço gratuito garantido pela Constituição Federal às pessoas em situação de vulnerabilidade, jamais cobra qualquer valor pelo andamento de processos ou pela liberação de direitos. Esse é um ponto-chave para que qualquer cidadão fique atento”, reforça Dr. Leandro.

Outros indícios do golpe podem incluir o uso de fotos de defensores públicos, brasões da Defensoria ou até falsificação de documentos com aparência institucional, enviados por mensagens.

O que fazer se cair no golpe

Caso o cidadão perceba que caiu no golpe e tenha feito uma transferência bancária, a orientação da Defensoria é:

  • Registrar imediatamente um Boletim de Ocorrência (BO);
  • Entrar em contato com seu banco para tentar bloquear ou reverter a transação;
  • Procurar a Defensoria Pública para receber orientações e verificar os próximos passos.

A Defensoria Pública do Estado do Ceará disponibiliza o telefone 129, por meio do serviço Alô Defensoria, para orientações, esclarecimento de dúvidas e agendamento de atendimentos.

O site da Defensoria também reúne os contatos dos núcleos de atendimento da Capital e do interior do Estado. É fundamental que qualquer contato ou informação seja confirmado sempre por esses canais oficiais.

O POVO 

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