Léo Lins é condenado a 8 anos de prisão por falas preconceituosas contra minorias em show de humor

 



O humorista Léo Lins foi condenado pela Justiça Federal a oito anos e três meses de prisão por falas preconceituosas contra diversas minorias durante show de humor. A sentença, proferida pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo e divulgada nesta terça-feira (3) ainda obriga ele a pagar uma multa equivalente a 1.170 salários mínimos e indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.

A condenação diz respeito a uma apresentação de Léo em 2022, quando ele fez piadas contra pessoas negras, idosos, obesos, portadores de HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência.

Léo chegou a fazer piada com uma criança cearense com hidrocefalia durante uma apresentação no mesmo ano. À época, ele trabalhava no SBT, e foi desligado após a polêmica. Na declaração que viralizou nas redes socais, ele chegou a debochar do programa Teleton, que atende crianças com deficiência física no Brasil.

Gravidade das declarações influenciou condenação 

De acordo com o MPF, que pediu a condenação de Lins, "a disponibilização do vídeo pela internet e a grande quantidade de grupos sociais atingidos pelas supostas piadas foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante".

"A decisão também apontou como agravante o fato de as declarações terem sido feitas em um contexto de descontração, diversão ou recreação. Ao longo do show, o réu admitiu o caráter preconceituoso de suas anedotas, demonstrou descaso com a possível reação das vítimas e afirmou estar ciente de que poderia enfrentar problemas judiciais devido ao teor das falas", disse o órgão federal.

Para o magistrado que decidiu pela condenação, humoristas não possuem "passe livre" para cometer crimes, "assim como a liberdade de expressão não é pretexto para o proferimento de comentários odiosos, preconceituosos e discriminatórios". 



(Diário do Nordeste)

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