A defesa de Daniel alegou que o DJ agiu em legítima defesa (veja a nota completa abaixo). No inquérito policial, o qual a TV Verdes Mares teve acesso, o MP aponta que o DJ atacou a vítima de surpresa usando um canivete. Essa ação foi considerada desproporcional à discussão que estava acontecendo entre eles.
"O réu surpreendeu a vítima se utilizando de um instrumento (canivete) cuja posse dentro da boate não era permitida, tendo o réu burlado a revista pessoal para adentrar a boate com o canivete", diz o documento.
O Ministério Público ainda afirma que a intenção de matar ficou clara porque o réu mirou o golpe no pescoço da vítima. "Tendo, inclusive, o laudo pericial reconhecido que a lesão causada pelo réu expôs a vítima a risco de morte, dada sua gravidade."
Quanto à motivação, ela foi considerada fútil, ou seja, baseada em discussões banais ou desentendimentos sem importância, "revelando a desproporcionalidade da ação do réu.".
O MP entendeu que o DJ agiu de forma consciente e praticou o crime de homicídio tentado duplamente qualificado pelo motivo fútil e pela circunstância de dificuldade de defesa da vítima/surpresa.
Maurilio Fernandes Rocca é músico e produtor cultural em Fortaleza. — Foto: Redes sociais/Reprodução
A vítima segue internada no Instituto José Frota (IJF) e afirmou em depoimento que essa não teria sido a primeira vez que Daniel Bezerra teria tentado lhe agredir.
O Ministério Público ainda solicitou ao juiz o recebimento urgente da denúncia contra o réu, para que ele seja citado e possa apresentar sua defesa. Além da condenação, o órgão pede que seja fixado um valor para indenização dos danos causados.
Confira a nota da defesa de Daniel abaixo:
“A defesa de Daniel Fernandes Bezerra de Meneses vem a público para expressar sua firme convicção na inocência de seu cliente em relação ao fato ocorrido em uma boate na noite do dia 06 de julho de 2025.
Trata-se de um incidente que, conforme a narrativa inicial e os depoimentos colhidos no inquérito, decorreu de uma briga e não de um ato premeditado. A defesa sustenta que Daniel Fernandes agiu em evidente legítima defesa e que a investigação a ser aprofundada demonstrará que ele reagiu a uma injusta agressão.
A defesa segue trabalhando para reverter a prisão preventiva de Daniel Fernandes, considerada injusta e desproporcional, carecendo de fundamentos legais idôneos. A defesa reitera sua confiança no desenrolar da investigação e na justiça, para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e a liberdade de Daniel Fernandes Bezerra de Meneses seja restabelecida.”
G1