O pastor Silas Malafaia foi alvo de um mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A medida foi cumprida pela Polícia Federal no início da noite desta quarta-feira (20).
Segundo o g1, a operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), considerando investigações voltadas à tentativa de obstrução de Justiça ligada à trama golpista.
Além disso, ele foi alvo de medidas cautelares, como a proibição de deixar o país. Ele ainda foi proibido de manter contato com outros investigados.
A abordagem da Polícia Federal ocorreu após o pastor desembarcar de um voo proveniente de Lisboa. Ele foi conduzido às dependências do aeroporto para prestar depoimento.
O que motivou o mandado contra Silas?
A decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, apresentou detalhes sobre o pedido de mandado de busca pessoal de Silas Malafaia. Foi apontada a necessidade dessas medidas, considerando fortes indícios da participação do pastor nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Dentre algumas ações e comunicações de Silas Malafaia que motivaram o pedido, segundo a Polícia Federal, estão:
- Troca de mensagens com Jair Bolsonaro e ajuste de estratégias ilícitas: Malafaia e Bolsonaro passaram a trocar mensagens que demonstram o ajuste prévio de estratégias ilícitas buscando a coação no curso do processo e a obstrução à Justiça, após o anúncio da imposição de tarifas dos EUA ao Brasil;
- Ameaças diretas ao STF: Em 10 de julho de 2025, Silas Malafaia enviou mensagens a Jair Bolsonaro afirmando que "a próxima retaliação vai ser contra ministros do STF e suas famílias". Ele também enviou vídeos contendo ataques às instituições brasileiras e ameaças diretas aos Ministros do STF;
- Papel de liderança em ações planejadas: Mensagens no celular de Jair Bolsonaro indicam que Silas Malafaia exerce papel de liderança em ações planejadas pelo grupo, que visa coagir os Ministros do STF e outras autoridades brasileiras;
- Orientação para campanha criminosa orquestrada: Malafaia orientou Bolsonaro a gravar um vídeo para divulgar a "narrativa criminosa" e coagir os Ministros do STF no julgamento da AP 2.668/DF e o Congresso Nacional na aprovação de uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023;
- Atuação em "milícias digitais": A Polícia Federal apontou que há fortes evidências de que Malafaia atua na construção de uma campanha criminosa orquestrada, destinada à criação, produção e divulgação de ataques a Ministros do STF, no contexto de milícias digitais.