Quatro homens foram denunciados pelo assassinato do turista Henrique Marques de Jesus, de São Paulo, morto em Jericoacoara, no Ceará, em dezembro último. Além disso, quatro adolescentes que também estavam envolvidos no crime foram representados por ato infracional. A decisão foi dada pela Promotoria de Justiça de Jijoca de Jericoacoara, do Ministério Público do Ceará (MPCE).O MPCE apontou que o crime foi motivado por rivalidade entre facções criminosas e praticado com extrema violência e tortura.
Homens responderão por homicídio qualificado e outros crimes; MPCE pede internação de adolescentes
Os acusados Anderson Silva Veras (“Gota”), Antônio Carlos Paulino de Almeida (“Pantanal” ou “CL”), Francisco Erlânio Freitas dos Santos (“Dasarea”) e Alex Gomes da Costa (“Pezão”), responderão por homicídio qualificado, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, tortura e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; e organização criminosa, com agravante por envolvimento de menores de 18 anos.
Conforme o MP, os adolescentes foram representados por atos infracionais análogos aos crimes de homicídio, com as mesmas qualificadoras; ocultação de cadáver; e organização criminosa.
O Ministério pede a condenação dos adultos e a internação dos adolescentes.
Relembre o caso de jovem morto em Jericoacoara
A ação ocorreu na região de Praia da Malhada. Henrique foi abordado por usar uma camiseta com símbolos interpretados como referência a uma facção criminosa rival à dos agressores.
Após se recusar a tirar a camisa, o jovem teve o celular confiscado. No aparelho telefônico, foram encontradas imagens e mensagens que reforçaram a suspeita de vínculo com organização criminosa rival.
De acordo com o MPCE, Henrique passou por uma espécie de “tribunal do crime”, onde foi agredido com socos, chutes, golpes com paus e pedras, disparos com arma de fogo e mutilação na orelha — sem chance de defesa.
A autorização para execução partiu de um detento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, por celular. Alex Gomes da Costa, conhecido como “Pezão”, quem teria dado a ordem.
O crime foi confirmado através de imagens das câmeras de segurança de um supermercado na região. Aparentando estar ferido, Henrique foi carregado por um grupo de oito pessoas. Após o homicídio, o corpo foi transportado em um quadriciclo e ocultado na Lagoa do Paraíso.