Jaguar, sexto suspeito de participação no assassinato de ex-delegado, é preso

 

 Rafael Dias Simões, conhecido como Jaguar, suspeito de participar no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz — Foto: Divulgação

Outros três investigados foram identificados e estão foragidos: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luiz Antonio Rodrigues de Miranda.

Conforme apurado pela repórter Vanessa Medeiros, da TV Tribuna, Jaguar deve sair da delegacia na manhã deste sábado (20) para ir ao Instituto Médico Legal (IML) de Santos. Em seguida, ele deve passar por audiência de custódia.

O advogado Adonirã Correia Santos De Souza, que representa Jaguar, informou que ainda não teve acesso aos autos investigados, mas acredita na inocência do cliente e deve prová-la no decorrer da investigação.

O g1 entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) para obter mais detalhes, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.

Na parte de cima, os foragidos Luis Antonio Rodrigues de Miranda, Felipe Avelino da Silva e Flávio Henrique Ferreira de Souza. Na parte de baixo, os presos Dahesly Oliveira Pires e Luiz Henrique Santos Batista — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Quem são os suspeitos

  • Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, de 33 anos, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime.
  • Luiz Antonio Rodrigues de Miranda (foragido), de 43 anos, é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime.
  • Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros.
  • Dahesly Oliveira Pires (presa), de 25 anos, foi detida na quinta-feira por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil usado no crime na Baixada Santista.
  • Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, de 38 anos, foi preso na sexta-feira (19) em São Vicente (SP), por ser suspeito de participar da logística da execução de Ruy Ferraz Fontes.

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Quem era Ruy Ferraz Fontes

Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o PCC.

Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).

Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa.

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Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo.

Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias.

Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal.

Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado.

G1 

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