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Manchas de óleo foram registradas em, pelo menos, dois pontos do litoral da região metropolitana de Fortaleza. — Foto: Reprodução/Labomar-UFC |
Na manhã desta quarta, pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) foram à Praia do Futuro e recolheram quase 1 kg do material em 500 metros da orla. Desde 2019, manchas de óleo já foram vistas nas praias do Ceará.
O material foi recolhido nesta quarta-feira pelo Laboratório de Avaliação de Contaminantes Orgânicos (Lacor) do Labomar, que faz parte da Universidade Federal do Ceará (UFC).
“Essa quantidade é consideravelmente anormal dentro do monitoramento que se faz. Além do mais, ainda tem outra coisa: quando as pessoas começam a ver, significa que é uma considerável evidência de que realmente foi uma quantidade fora do normal”, disse o professor universitário e pesquisador do Labomar, Rivelino Cavalcante.
O pesquisador explicou também se existe alguma relação com os materiais encontrados em outros anos. “Desde 2019 que a gente tem esses óleos que chegam na nossa costa, e são todos diferentes, não é nada similar, é tudo diferente. É tanto que não fazemos mais a análise do DNA nem do ‘fingerprint’, porque, até cientificamente, nem tem mais tanta novidade. É como se tivesse virado o novo normal ver esses resíduos de óleo chegarem na nossa costa”, comentou.
“A gente não faz mais análise de nada porque não tem ações. Se outros atores fossem fazer alguma coisa, se o Estado fosse fazer algum monitoramento, alguma coisa, a gente até faria isso para dizer que é diferente ou não”, complementou.
Liliane Guedes, gerente de Análise e Monitoramento da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), disse que o órgão convocou uma reunião de urgência com a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), Ibama, Marinha e Defesa Civil.
"Então, a priori, o que é que vamos fazer? Vamos entrar em contato com as prefeituras para que possam fazer a coleta desse material, desse óleo, nas praias. E a Semace entra no momento do recolhimento. A gente vai, recolhe o que a prefeitura coletou in loco, e a gente faz o destino adequado, que no caso é para incineração", explicou Liliane.
Liliane comentou ainda que a presença de óleos nessas praias vai tornar os trechos impróprios para banho de mar nos próximos dias.
Manchas de óleo em 2022
Na época, houve relatos também de aparecimento das manchas em praias de outros municípios do litoral cearense, como Caucaia, Beberibe e Aquiraz, mas, na época, a informação não foi confirmada pela Secretaria do Meio Ambiente.
Nos primeiros meses de 2022, cerca de 60 praias de 13 municípios, incluindo Fortaleza, registraram o aparecimento de manchas de óleo. Após meses de análise, foi constatado que o material registrado nos primeiros meses de 2022 não tinha a mesma origem daquele de 2019, quando houve também o aparecimento dos resíduos na costa cearense.
Manchas no Nordeste
Em agosto de 2022, outros estados nordestinos, como Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, também voltaram a registrar manchas de óleo pelo litoral.
(g1)