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| Foto: Reprodução |
Em mais um dia de repercussão sobre a megaoperação contra o crime organizado no Rio de Janeiro, o deputado federal André Fernandes (PL-CE) provocou polêmica ao pedir, durante sessão na Câmara, um minuto de aplausos pelos mais de 100 mortos na ação policial. A operação, denominada Operação Contenção, foi conduzida pelas polícias Militar e Civil nos complexos do Alemão e da Penha e resultou na morte de dezenas de suspeitos, superando o massacre do Carandiru em número de vítimas. Fernandes justificou o pedido afirmando que, após o minuto de silêncio pelos quatro agentes de segurança mortos, era necessário celebrar o resultado da ofensiva.
Imagens que circulam nas redes sociais e em veículos de imprensa mostraram moradores retirando corpos das matas e enfileirando-os no chão das comunidades, cenário que chocou o Brasil e o mundo. A operação foi classificada como um sucesso em termos de combate ao Comando Vermelho, mas levantou questionamentos sobre proporcionalidade e respeito aos direitos humanos.
André Fernandes, conhecido por declarações polêmicas sobre segurança pública, já havia protagonizado outro episódio controverso em outubro deste ano, ao sugerir premiar policiais que mais “matassem traficantes e faccionados” no Ceará. A fala gerou críticas de juristas e parlamentares, que consideraram a declaração um estímulo à letalidade policial em afronta aos princípios constitucionais. Fernandes defendeu-se, alegando que suas palavras seriam apenas um reconhecimento ao trabalho das forças de segurança.
Especialistas em segurança pública alertam que operações militares em comunidades, embora visem a redução imediata de grupos criminosos, não atacam os fluxos de poder e dinheiro que sustentam as facções. “O combate ao crime organizado precisa ser conduzido com inteligência e coordenação entre órgãos, mirando também os níveis superiores das organizações criminosas”, afirma analista do setor. Exemplos de ações bem-sucedidas incluem operações da Polícia Federal, como a deflagrada na Avenida Faria Lima, em São Paulo, que desmantelou esquemas bilionários de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis e fintechs.
(GCMais)



