Antídoto para tratar pessoas intoxicadas por metanol chega ao Ceará

 




 Ceará recebeu, na madrugada desta segunda-feira (6), do Ministério da Saúde doses de etanol farmacêutico, que é um dos antídotos utilizados no tratamento de pessoas intoxicadas por metanol. No Estado, quatro casos suspeitos foram notificados neste sábado (4), sendo dois já descartados. Um caso e uma morte seguem em investigação. 

A informação foi confirmada ao Diário do Nordeste pelo secretário executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), Antônio Lima Neto (Tanta). A distribuição do antídoto é uma das medida tomadas pelo Governo Federal diante dos casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol registrados no país nas últimas semanas. A notificações começaram em São Paulo e alcançaram outros estados brasileiros.

Após as notificações registradas no Ceará no fim de semana, o governador Elmano de Freitas (PT) informou que fez a solicitação das medicações que tratam a intoxicação ao Ministério da Saúde e o envio foi providenciado. 

Estados como Pernambuco, Paraná, Bahia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul já haviam recebido as doses do órgão federal por terem registrado casos primeiros. 

No sábado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a compra adicional de 12 mil unidades de etanol farmacêutico, além de 2,5 mil unidades de fomepizol. Os dois medicamentos são usados no tratamento de intoxicações por metanol. 

Quem recebe o antídoto?

O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Tanta, explica que antes de iniciar o antídoto são feitos exames laboratoriais. "faz por exemplo, uma gasometria (exame de sangue que avalia o pH sanguíneo). O paciente está com acidose metabólica (acúmulo de ácido), por que ele está com acidose? Tem uma sugestão de que o metanol está produzindo substâncias ácidas. Esse é um indicativo considerado. Não começamos o antídoto se o paciente não se enquadrar", afirma. 

Ele também informou que o Ministério da Saúde concentrou a compra e os estados precisam demandar ao órgão federal. No momento: "recebemos uma fração de doses que é ideal", completou sem precisar a quantidade. 

"Esse antídoto é álcool. Essa ampola que fazemos endovenosa, faz com álcool a quase 100% para ele competir com o metanol no fígado, para não deixar o metanol ser quebrado e formar o ácido fórmico. O que a gente recebeu é um medicamento simples, uma ampola endovenosa que faz nos casos que tem potencial de complicação".

Na prática, os casos em investigação podem receber o antídoto desde que "tenham sinais que, de fato, possam indicar a intoxicação". Tanta ressalta ainda que essa aplicação "não é feito a esmo". Para que o paciente a receba são consideradas as avaliações clínicas e laboratorial. 

Na aplicação do etanol farmacêutico, o paciente recebe uma dose calculada pelos médicos. O etanol age no fígado e impede que o metanol se ligue às enzimas responsáveis por transformá-lo em substâncias tóxicas. Assim, ele "atrapalha" o efeito do metanol e evita a intoxicação.

Situação no Ceará

No Ceará, os casos suspeitos de intoxicação por metanol começaram a ser notificados no sábado (4).  

  • Sábado (4)

Primeiro caso suspeito notificado no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), em Quixeramobim. Caso já descartado. 

  • Domingo (5)

Segundo caso é notificado em Caucaia, de paciente atendido no Hospital Regional da Unimed. Caso já descartado. 
Terceiro caso suspeito, de São Gonçalo do Amarante, é notificado. Houve óbito. Caso em investigação.

  • Segunda (6)

Quarto caso notificado em Quixeramobim. Caso em investigação. 

Autoridades de saúde reforçam a importância de que a população evite o consumo de bebidas de procedência duvidosa, sobretudo destilados. A orientação é que em caso de sintomas como embriaguez persistente, dor de barriga ou alteração visual entre 12 e 24 horas após o consumo, procure imediatamente uma unidade de saúde.



(g1)

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