Ceará mira exportações de caprinos e ovinos para o mercado muçulmano com novo polo halal

 




O Ceará criou o primeiro cluster (concentração de empresas do mesmo setor) halal (produto permitido pelo Islã) de exportação de caprinos e ovinos do Brasil. O objetivo é atender às exigentes regras do mercado muçulmano, considerado um dos mais crescentes e rentáveis do mundo, além de abrir uma nova fronteira internacional para a comercialização de produtos cearenses.

A iniciativa é uma atuação conjunta de um termo aditivo entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec). Conforme a secretaria, o projeto é considerado "ambicioso", principalmente pelos padrões de qualidade e sanidade halal exigidos internacionalmente.

"O Termo Aditivo não só apoia a manutenção da Área Livre de Pragas pela Agência de Defesa Agropecuária do Ceará, mas também prevê a prospecção de ampliação dessa área, a operacionalização de 11 barreiras zoofitosanitárias e a capacitação de técnicos e produtores rurais", destaca a pasta.

Domingos Filho, titular da SDE, acredita que a criação do cluster "promete potencializar a competitividade do agronegócio cearense no mercado global, com foco especial nos países muçulmanos”.

NOVA FRONTEIRA DE EXPORTAÇÕES

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, explica que exportar ovinos e caprinos é "extremamente mais remunerador do que o mercado interno".

Com a abertura do mercado halal, Silveira espera maior protagonismo da pecuária cearense ns exportações do Ceará, dominadas por produtos siderúrgicos e calçados. A meta é ter participação anual bilionária até 2030, o que inclui a abertura do mercado muçulmano pela alta rentabilidade.

Traçamos um planejamento estratégico para exportar US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, ou seja, queremos dobrar as exportações do agronegócio do Ceará. Veio o tarifaço na contramão do que estava acontecendo com a gente. Estamos avaliando no mundo quais os mercados que podemos atender com os nossos, mas também estamos avaliando os produtos que o mundo precisa e que podemos produzir". Amílcar Silveira Presidente da Faec

No caso do mercado halal, Amílcar acredita que, futuramente, "deve ser o maior do mundo", pelo tamanho da população e pela remuneração, que é maior também em virtude das rigorosas normas estabelecidas pelo Islã.

"Estamos cooperando para tentar no próximo ano, no máximo em 2027, certificar todo o Ceará para exportar para o mercado halal", defende.



(Diario fo Nordeste)

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