Garçom é condenado a 32 anos de prisão por feminicídio em Fortaleza

 




O garçom Antônio Carlos Sousa Pereira foi sentenciado a 32 anos e 6 meses de prisão, pela 5ª Vara do Júri de Fortaleza, nesta quinta-feira (23). Ele foi condenado pelo júri popular pela morte da estudante Bruna Gonçalves Soares, ocorrida na Capital, no dia 26 de outubro de 2024.

Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, o Conselho de Sentença - formado por sete pessoas da sociedade - formou maioria para condenar o réu por feminicídio, com meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

O juiz da 5ª Vara considerou, na sentença, que a culpabilidade de Antônio Carlos se mostrou "reprovável, extrapolando os limites do ordinário".

Com relação ao quesito quanto a configuração do crime de feminicídio, os jurados reconheceram que o crime ocorreu por razões da condição do sexo feminino, por envolver menosprezo ou discriminação à condição de mulher, cometido em razão da divergência sobre valor constante no site de acompanhantes e o cobrado pela vítima."

O magistrado também manteve a prisão preventiva do garçom, "pois em liberdade, o réu representa risco à ordem pública em razão da gravidade da conduta". E não concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade.

Ao ser ouvido pela Justiça em audiência de instrução, "o acusado confessou a prática do crime, ainda que alegando ter agido após a vítima ter pegado a faca da cozinha e o acertado na mão", segundo a sentença.

A defesa do acusado não foi localizada para comentar a sentença judicial. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Como aconteceu o feminicídio

A estudante Bruna Gonçalves Soares, de 30 anos, foi assassinada a facadas, em uma vila de casas, no bairro Mucuripe, em Fortaleza, na manhã do dia 26 de outubro de 2024. 

Vizinhos ouviram os gritos da vítima e acionaram a Polícia Militar. Ao chegarem ao local, os PMs já encontraram a mulher morta, enquanto o suspeito tentava fugir. Antônio Carlos tinha sangue nos braços, no rosto e na roupa, quando foi detido pelos PMs no quintal de outra casa. "Fui eu", assumiu o suspeito, ao se entregar.

O acusado contou, em depoimento à Polícia Civil, que marcou um encontro com a mulher por um site de acompanhantes.

O crime foi motivado por uma divergência no preço do programa, segundo o Ministério Público do Ceará. No site, a mulher cobrava R$ 350. Porém, depois do programa, ela teria cobrado R$ 400, o que deu início a uma discussão.

"A vítima estava em situação de prostituição, pois ofereceu seus serviços como profissional do sexo. Essa condição foi admitida pelo réu e atestada por outras evidências testemunhais e materiais colhidas nos autos. Nessa circunstâncias, existe uma situação objetiva de menosprezo a condição do sexo feminino", afirmou o MPCE, na denúncia.


(Diário do Noredeste)


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