![]() |
Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados |
A deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT-CE) desembarca no Brasil nesta quinta-feira (9), após ter ficado quase uma semana detida em Israel. Ela chegará ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 10h40, no horário de Brasília.
A parlamentar estava em missão oficial da Câmara dos Deputados como observadora internacional na flotilha humanitária que levava alimentação, fórmulas infantis e medicamentos a moradores da Palestina. O grupo foi detido no último dia 2 de outubro, em águas internacionais, enquanto participava da missão humanitária. A interceptação pelas forças israelenses aconteceu fora do mar territorial de Israel.
Após a detenção, a deputada e mais 12 brasileiras e brasileiros foram deportados para a Jordânia pelo Governo de Israel, nesta terça (7). Ela retorna junto com a delegação brasileira e fará coletiva de imprensa no aeroporto de Guarulhos.
Segundo a equipe de Luizianne, a data e horário do retorno para Fortaleza serão divulgados assim que forem definidos.
Luizianne fala sobre detenção e interceptação da flotilha pela primeira vez
A deputada, ao falar pela primeira vez sobre o ocorrido, após ser liberta, disse que foram feitas diversas violações por parte do governo israelense. “Nós ficamos sem comunicação após a interceptação na quarta-feira à noite e passamos seis dias no presídio de segurança máxima. Foram muitas violações, foi muita truculência”, contou.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou na manhã desta terça-feira (7) que os 13 brasileiros que integravam a flotilha foram libertados e conduzidos até a fronteira com a Jordânia. A liberação ocorreu exatamente dois anos após o início da escalada de violência na guerra em Gaza. “Diplomatas das embaixadas em Tel Aviv e em Amã receberam os ativistas que estão sendo transportados para a capital jordaniana em veículo providenciado pela embaixada brasileira naquele país”, informou o Itamaraty em nota oficial.
Luizianne descreveu a interceptação como um sequestro promovido pelo exército israelense. “Nós não estávamos em terras israelenses, estávamos chegando a Gaza, e após isso o exército israelense tomou o controle dos barcos e nos levou para o porto de Ashdod. De lá, fomos considerados presos. Segundo o próprio ministro da Segurança Nacional e o próprio Netanyahu, íamos ser tratados como terroristas – e assim fizeram”, relatou.
Como pontuou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ato configura violação do direito internacional. “Israel violou as leis internacionais ao interceptar os integrantes da Flotilha Global Sumud com cidadãos brasileiros, fora de seu mar territorial. E segue cometendo violações ao mantê-los detidos em seu país”, declarou Lula em publicação nas redes sociais.
Luizianne e os demais brasileiros da Flotilha Global Sumud foram libertos e chegaram à Jordânia na manhã desta terça-feira. “Por volta das 11h (5h em Brasília) desta manhã, as brasileiras e brasileiros cruzaram a fronteira para a Jordânia e foram recebidos por representantes da Embaixada do Brasil. Agradecemos a solidariedade internacional, o apoio e a mobilização de todos e todas nas ruas e nas redes. A luta continua!”, escreveu o perfil de Luizianne no Instagram.
Deportação
Os 13 brasileiros integrantes da Flotilha Global pela Palestina foram deportados de Israel na manhã da terça, pela Ponte Allenby/Rei Hussein, com destino à Jordânia. A informação foi confirmada pelo governo brasileiro na segunda-feira (6), após intensa pressão diplomática e mobilização de autoridades e entidades de direitos humanos.
(GCMais)