Luizianne Lins e ativistas brasileiros detidos em Israel podem ser deportados

 

Deputada federal Luizianne Lins está entre os brasileiros em flotilha interceptada por Israel — Foto: Divulgação/REUTERS/Stefanos Rapanis

 

Os cidadãos brasileiros integrantes de um grupo de ativistas interceptado pelo governo de Israel, na última semana, podem ter o processo de deportação iniciado, após a conclusão de audiências judiciais. A informação foi confirmada pela assessoria da deputada federal Luizianne Lins (PT), que está entre os 13 brasileiros detidos. 

Segundo informações obtidas pela GloboNews e pelo g1, os brasileiros estão no centro de detenção em Ketziot, no deserto de Negev. É o maior centro de detenção de Israel em termos de área territorial.

No domingo (5), a assessoria de Luizianne Lins (PT-CE) informou que, com a conclusão das audiências judiciais dos brasileiros detidos ilegalmente, os procedimentos de deportação podem ser iniciados, embora não haja ainda confirmação oficial sobre prazos e condições.

"De acordo com a Embaixada do Brasil em Tel Aviv, a expectativa é de que informações sobre os voos de deportação sejam comunicadas assim que houver definição por parte do governo israelense", diz a nota da parlamentar.

O texto acrescenta que os participantes da flotilha que seguem sob custódia israelense estão "em condições gravemente precárias, com restrição de água, alimentação e medicamentos essenciais, além de relatos de forte pressão psicológica e até agressões físicas a alguns dos ativistas".

No entanto, na última sexta-feira (3), representantes da embaixada em Tel Aviv fizeram estiveram com os brasileiros detidos, em dois encontros separados: um com os homens do grupo, e o outro com as mulheres.

Segundo fontes diplomáticas, verificou-se que todos estão em boas condições de saúde, sem problemas físicos. Os israelenses chegaram a oferecer aos integrantes da flotilha a possibilidade de assinar um documento para agilizar o processo de deportação.

Até a última atualização, apenas cinco dos 13 brasileiros detidos teriam manifestado interesse em recorrer ao método para agilizar o trâmite. Os demais serão submetidos a um processo judicial que pode resultar em deportação posterior.

Na quarta-feira (1º), o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), divulgou nota sobre o caso. Elmano tem um histórico de aliança política com Luizianne Lins, que foi prefeita de Fortaleza por dois mandatos, entre 2005 e 2012.

“Acompanho com preocupação a notícia da interceptação do barco que levava a deputada Luizianne Lins e voluntários de 40 países para missão humanitária em Gaza”, diz a nota, publicada nas redes sociais.

Luizianne é jornalista e professora. Aos 56 anos, a parlamentar já ocupou os cargos de vereadora em Fortaleza e deputada estadual no Ceará. Atualmente, ela está no terceiro mandato como deputada federal.

Ainda conforme Elmano, o governo do Ceará entrou em contato com o governo brasileiro para que o apoio necessário fosse prestado. "Toda a minha solidariedade neste momento", concluiu a nota.

Embarcações detidas


Israel interceptou na quarta-feira (1º) barcos de ativistas que navegavam em direção à Faixa de Gaza.

A flotilha, chamada Global Sumud, é formada por ao menos 44 barcos civis com cerca de 500 pessoas, entre elas a ativista Greta Thunberg. Os organizadores afirmaram que o grupo transportava ajuda humanitária para a população de Gaza.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que "vários barcos" da flotilha foram parados, e os passageiros e tripulação, levados em segurança ao porto de Ashdod, que fica entre a Faixa de Gaza e Tel Aviv.

O Itamaraty disse que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv "está em contato permanente com as autoridades israelenses, de modo a prestar a assistência consular cabível aos nacionais, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares".



(g1) 

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