O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta quinta-feira (9) que as defesas aéreas russas foram responsáveis pelo acidente com um avião da Embraer que matou 38 pessoas, em dezembro do ano passado, no Cazaquistão.
A declaração foi dada durante um encontro com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev. Putin afirmou que dois mísseis russos detonaram ao lado do avião da Azerbaijan Airlines depois que drones ucranianos entraram no espaço aéreo do país.
"Os dois mísseis lançados não atingiram o avião diretamente. Se isso tivesse acontecido, ele teria caído no local. Mas eles explodiram, talvez como medida de autodestruição, a poucos metros de distância, cerca de 10 metros. E, assim, o dano foi causado, não pelas ogivas, mas provavelmente pelos destroços dos próprios mísseis", detalhou.
"É por isso que o piloto percebeu a colisão como um bando de pássaros, o que ele relatou aos controladores de tráfego aéreo russos, e tudo isso está registrado nas chamadas 'caixas-pretas'", continuou Putin.
Aliyev, que criticou a Rússia na época do acidente, acusando o país de tentar encobrir sua causa, nesta quinta agradeceu a Putin por monitorar pessoalmente o progresso da investigação. O presidente russo ainda prometeu indenização aos afetados e pediu desculpas:
"É claro que tudo o que for necessário em casos tão trágicos será feito pelo lado russo em termos de indenização e uma avaliação legal de todas as questões oficiais será feita. É nosso dever, repito mais uma vez... fazer uma avaliação objetiva de tudo o que aconteceu e identificar as verdadeiras causas".
O avião da Azerbaijan Airlines, um Embraer-190, viajava de Baku, no Azerbaijão, pra Grózni, na Rússia, mas caiu ao realizar um pouso de emergência no Cazaquistão. (g1)