A gestão do Aeroporto de Jericoacoara, no município de Cruz, foi concedida à Fraport Brasil. A empresa, que já tem concessão do Aeroporto Internacional de Fortaleza, venceu o leilão realizado nesta quinta-feira (27) na B3, em São Paulo.
O Aeroporto de Jeri foi o único que recebeu proposta de mais de uma empresa. Também apresentaram lances pelo terminal a Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU Airport) e a PRS Aeroportos. O leilão foi a viva-voz, momento em que as empresas vão aumentando suas propostas até estabelecer um vencedor.
A empresa terá obrigações impostas pelo Governo Federal, como reforma dos terminal de passageiros e ampliação do pátio de aeronaves.
O aeroporto foi leiloado na primeira rodada do Programa AmpliAR, que busca conceder à iniciativa privada a gestão, manutenção e exploração de terminais regionais.
A CEO da Fraport no Brasil, Andreea Pal, destacou a importância do Ceará para o negócio da empresa.
"Estamos muito felizes e nosso compromisso com o turismo do Brasil, e especialmente do Ceará. Nos comprometemos oferecer pelo menos a qualidade que oferecemos no Aeroporto de Fortaleza".
PREVISÃO DE INVESTIMENTOS DE R$ 100 MILHÕES
A previsão da gestão federal é que o terminal receba investimentos de R$ 100 milhões. Além da reforma do terminal, a pista de pousos e decolagens deve receber duas cabeceiras, garantindo maior segurança.
As intervenções devem ser feitas em até 36 após a manifestação do Poder Público sobre o relatório inicial elaborado pela empresa.
O Aeroporto Comandante Ariston Pessoa recebe principalmente turistas que visitam a Vila de Jericoacoara, uma das principais praias cearenses. Há uma movimentação de 300 mil passageiros por ano.
AEROPORTO FOI ARREMATADO POR 'DESÁGIO'
A empresa escolhida seria a que oferecessem maior desconto sobre os parâmetros financeiros calculados – Receita, Capex (investimento), Opex (custos operacionais) - conforme o edital do leilão.
A Fraport ofereceu deságio de 100%, ou seja, desconto total sobre o valor estabelecido.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o leilão por deságio é uma estratégia para que o valor da concessão seja trocado por investimentos em aeroportos deficitários.
Para atrair as empresas, o ministério abriu a possibilidade de reequilíbrio dos contratos em vigor, com extensão do acordo, redução da outorga ou revisão tarifária.
O teto da Tarifa de Embarque para as concessionárias aplicarem em voos domésticos será de R$ 44,27, tomando como referência o IPCA (inflação oficial do País) divulgado pelo IBGE em julho de 2024.
INVESTIMENTO DE R$ 1,25 BILHÃO EM AEROPORTOS REGIONAIS
O Aeroporto de Canoa Quebrada, em Aracati, também integrou a primeira fase do AmpliAR. Ele foi concedido à Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Treze dos 19 aeroportos incluídos no leilão foram arrematados. Os terminais regionais estão no Acre, Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Roraima e Tocantins.
Só poderiam participar do leilão as concessionárias que já executam a gestão de equipamentos federais.
O investimento total previsto para os terminais era de R$ 1,25 bilhão. O objetivo é integrar à malha aérea regiões com baixa conexão.
Devido ao porte reduzido dos ativos, o acompanhamento da qualidade do serviço nos aeroportos concedidos será simplificado. Todos os terminais têm fluxo de caixa negativo.



