O comercial da Havaianas em que a atriz Fernanda Torres sugere não “começar 2026 com o pé direito” fez a marca de sandálias se tornar o centro do debate político desde domingo (21/12). Em reação à propaganda considerada esquerdista, nomes da política, como o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro, aderiram a um boicote à marca. Nas redes sociais, apoiadores da direita compartilham vídeos rasgando suas Havaianas e afirmando que passarão a comprar apenas sandálias da Ipanema, concorrente direta da marca mundialmente conhecida.
O boicote
Nas redes sociais, representantes da direita brasileira se unem para promover um boicote às sandálias Havaianas. Nomes como Luciano Hang — o dono da Havan — e Eduardo Bolsonaro incentivam que simpatizantes parem de consumir a marca.
Mais do que isso, diversos internautas compartilham vídeos rasgando e destruindo os calçados, mostrando que o comercial de fim de ano foi inaceitável para suas posições políticas. A influenciadora Ally Camargo viralizou ao compartilhar o momento em que joga em um saco de lixo todas as Havaianas de sua casa, mesmo ato realizado por Eduardo Bolsonaro. Confira a posição do filho do ex-presidente no reel:
Havaianas x Ipanema
Como resposta à campanha, personalidades da direita passam a incentivar a troca das sandálias Havaianas pelas da Ipanema. A marca, apesar de não ter feito nenhum pronunciamento político, está sendo tratada como alternativa às “sandálias woke“. Desde domingo, o número de seguidores no Instagram da Ipanema quase dobrou, indo de 500 mil para mais de 900 mil.
Vendo o rápido crescimento, a equipe de marketing não ficou parada, e publicou um comercial “de última hora”, com texto e vídeo simples, mas que já garantiu grande engajamento no Instagram. Nos comentários, apoiadores exaltam:
“Vou entrar no Ano-Novo pela direita, vou de Ipanema!”, disse uma internauta. Outra seguidora declarou: “2026 só Ipanema, entrando o ano com o pé direito”. Confira a publicação:
A escolha de Fernanda Torres
A Havaianas pertence ao grupo Alpargatas, que integra a holding Itaúsa, assim como o banco Itaú. Entre os sócios do banco, está Walter Salles, herdeiro da família Moreira Salles e diretor do filme Ainda Estou Aqui, responsável por levar Fernanda Torres ao Oscar.
A conexão entre a atriz e a marca é clara. Por si só, a escolha de Torres para protagonizar a campanha foi alvo de críticas, levando em conta a proximidade da artista com o atual governo. Ao vencer o Globo de Ouro, em janeiro de 2025, Fernanda foi celebrada pelo presidente Lula nas redes sociais. Quatro meses depois, a atriz recebeu do presidente a honraria de Ordem do Mérito Cultural.
Eduardo Bolsonaro, ex-deputado federal cassado, foi um dos que citou a inclinação política de Fernanda Torres ao criticar o comercial: “Escolheram para ser a garota-propaganda da sandália uma pessoa declaradamente de esquerda, que ainda fala para não começar o ano com o pé direito”, esbravejou o filho do ex-presidente.

(Metropoles)



