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| Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil |
O governo federal atualizou a projeção do salário mínimo para 2026, que agora passa a ser de R$ 1.627, conforme documentos enviados pelo Ministério do Planejamento ao Congresso Nacional. Trata-se de valor R$ 4,00 menor do que o que estava previsto anteriormente, de R$ 1.631, já que houve redução na inflação – o salário mínimo é em parte vinculado à flutuação da inflação, de modo que um aumento menor nos preços dos produtos se traduz também em aumento menor no valor do salário mínimo.
Com isso, o salário mínimo atual, de R$ 1.518, vai ter aumento de 7,2% de um ano para o outro. O aumento real, ou seja, acima da inflação, é limitado a 2,5%, conforme previsto pelo arcabouço fiscal.
O valor definitivo do salário mínimo sai após divulgação do INPC de novembro, nos próximos dias, sem grandes variações previstas. Preços de produtos e serviços subiram menos, afetando benefícios como aposentadorias, pensões e abono salarial.
O salário mínimo serve de referência para gastos federais, mas o governo não solicitou cortes automáticos nesses itens, deixando decisão ao Congresso. Qualquer redução dependeria de fatores como variação no número de beneficiários. A proposta subsidia análise do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026.
Melhoras nos índices de pobreza, renda e desigualdade
O Brasil teve em 2024, no segundo ano do governo Lula 3, os melhores índices históricos de renda média, queda da pobreza e redução da desigualdade desde 1995 – início da série histórica, quando os dados começaram a ser compilados. As informações vêm de levantamento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado nesta semana.
O estudo revela que a renda domiciliar per capita subiu cerca de 70% em três décadas, passando de R$ 1.191 em 1995 (corrigido pela inflação) para R$ 2.015 em 2024. Paralelamente, a proporção de pessoas em situação de pobreza extrema caiu de 25% naquele ano para 4,8% em 2024, e a pobreza geral diminuiu de 61,2% para 26,8%.
O avanço desses indicadores foi motivado principalmente pelo aquecimento do mercado de trabalho e pela expansão de programas de transferência de renda, que se tornaram mais eficazes no combate à pobreza e desigualdade.
Coeficiente de Gini
O coeficiente de Gini no Brasil, que mede a concentração de renda e a desigualdade social, registrou uma queda histórica de quase 18%, atingindo o menor patamar da série histórica. O índice caiu para aproximadamente 0,506, indicando uma distribuição de renda mais equilibrada no país.
Entre os fatores que colaboraram para essa melhora estão o aumento da renda entre os 40% mais pobres, que passou de R$ 474 em 2021 para R$ 670 em 2024, e a redução da taxa de pobreza, que caiu de 31,1% em 2021 para 19,4% em 2024, fazendo com que cerca de 9,5 milhões de pessoas tenham saído da linha da pobreza nesse período.
(IPEA)



