Um acidente de trânsito envolvendo uma van onde estavam uma
professora e alunos, no Rio Grande do Sul, terminou em uma tragédia. A educadora morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória e alunos ficaram feridos.
O acidente foi registrado no fim da noite dessa sexta-feira (5), conforme o G1. A van que transportava os alunos bateu na traseira de um caminhão na BR-386, em Soledade.
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Pelo menos 14 pessoas ficaram feridas. Dentre elas, cinco adolescentes e outros dois professores tiveram ferimentos graves e foram socorridas ao hospital da região.
Outros seis estudantes e o motorista da van sofreram escoriações. O condutor do caminhão não ficou ferido.
A professora que não resistiu aos ferimentos chegou a ser reanimada e
hospitalizada, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O nome dela
não foi divulgado.
VÍTIMAS VINHAM DE UM PARQUE
As vítimas retornavam de uma excursão em um parque aquático. De
acordo com a Polícia, a carreta teve uma pane mecânica e ficou parada na
pista.
A via rodoviária chegou a ficar bloqueada por quase duas horas. O fluxo foi normalizado por volta das 5h já neste sábado (6).
Duas mulheres foram atropeladas na madrugada deste sábado (6), na cidade de Várzea Alegre,
na região do Cariri cearense, após o motorista perder o controle do
veículo na BR-230. Depois de atropelar as vítimas, o carro desgovernado
invadiu duas casas que ficam às margens da rodovia, no bairro Alto do
Tenente. Não houve feridos na casas invadidas.
Conforme relatório policial ao qual a TV Verdes Mares teve acesso, o
motorista fugiu e ainda não foi localizado após a realização de rondas
na região.
Maria Eduarda, de 22 anos, e Tamira Pinho, de 26 anos, morreram após atropelamento em Várzea Alegre — Foto: Reprodução
As duas mulheres atropeladas foram identificadas como Maria Eduarda
Neco, de 23 anos, e Tamira Pinho Lima, de 25 anos. As vítimas eram
moradoras de Várzea Alegre e estavam caminhando pela avenida com uma
terceira pessoa quando foram atingidas.
Tamira era funcionária de uma loja de café e conveniências situada nas proximidades do local do acidente.
O prefeito de Várzea Alegre, Flavinho (MDB), publicou nota de pesar pelo caso na manhã deste sábado (6).
"Registramos
com tristeza o falecimento das jovens Tamira Pinho e Maria Eduarda,
vítimas de um acidente de trânsito ocorrido em nossa cidade. Neste
momento difícil, expressamos nossa solidariedade às famílias e amigos,
desejando serenidade e apoio para enfrentarem a perda", diz a nota.
A terceira pessoa não teve ferimentos e relatou à polícia que o carro
estava em alta velocidade. Eduarda e Tamira morreram no local e tiveram o
óbito atestado por uma equipe do SAMU, que compareceu à ocorrência. Os
corpos foram encaminhados à Perícia Forense na cidade de Iguatu.
Ainda de acordo com o relatório da Polícia Militar, o veículo Fiat
Strada ficou preso nos escombros após a invasão da residência. Uma
perícia técnica compareceu ao local.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública, informações da
Perícia Forense e da Polícia Militar irão basear a investigação a cargo
da Delegacia de Polícia Civil de Várzea Alegre, que busca identificar o
motorista envolvido no caso.
Uma blitz de trânsito em Fortaleza
na madrugada desta sexta-feira (5) flagrou uma situação inusitada: um
jovem desacordado dentro do bagageiro de um carro. O caso, registrado em
vídeo por um dos ocupantes do veículo, viralizou nas redes sociais.
A abordagem foi realizada pela Autarquia Municipal de Trânsito e
Cidadania (AMC) no viaduto da Humberto Monte, próximo à Universidade
Federal do Ceará (UFC). Ao ser abordado, o grupo de amigos que estava no carro abriu o porta-malas e revelou o colega dormindo.
As imagens gravadas mostram o momento em que um dos amigos alerta um
agente: "Tem que tirar o do porta-malas aqui. Tem um cara aqui". Em
seguida, ele se dirige ao homem que estava no compartimento: "Ei,
Eduardo. Nós caímos numa blitz. Acorda". No vídeo, porém, o rapaz
identificado como Eduardo segue dormindo.
De acordo com o relato, os jovens que estavam no interior do veículo
foram submetidos ao teste do bafômetro para atestar se haviam consumido
bebida alcoólica.
O g1
questionou a AMC sobre a abordagem e os procedimentos adotados com o
grupo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Conduzir um passageiro no porta-malas do veículo põe a pessoa em
risco e é uma infração gravíssima, conforme o artigo 235 do Código de
Trânsito Brasileiro (CTB). Em caso de flagrante, há pena de multa e
retenção do veículo.
Conforme o artigo, é proibido conduzir pessoas, animais ou carga nas
partes externas de um veículo, salvo nos casos devidamente autorizados.
Grupo leva colega dormindo no porta-mala de veículo e para em blitz em Fortaleza
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou neste sábado (6) a
antecipação do pagamento da folha salarial de dezembro. A segunda
parcela do 13º salário será creditada no dia 20 de dezembro. Já o
salário de dezembro será depositado no dia 30 deste mês.
A informação foi dada pelo governador em publicação em suas redes sociais.
"Informo
aos 180 mil servidores e servidoras do Estado que a segunda parcela do
13º salário estará na conta dia 20/12. Além disso, vamos antecipar o
pagamento da folha salarial de dezembro para dia 30 deste mês,
reforçando nosso compromisso com o funcionalismo público estadual",
afirmou Elmano de Freitas no comunicado.
Segundo o governador, a combinação dos pagamentos das folhas de
novembro e dezembro com a parcela do 13º salário representará uma
injeção de cerca de R$ 2,7 bilhões na economia cearense somente em dezembro.
"Com isso, contando as folhas de novembro e dezembro, e a parcela do
13º, estamos injetando cerca de R$ 2,7 bilhões na economia do Ceará
somente neste último mês do ano. É mais dinheiro circulando e ajudando a
criar oportunidades aos cearenses", completou.
A Justiça do Ceará converteu em preventiva a prisão em flagrante do policial militar Joaquim Gomes de Melo Filho, acusado de matar a própria companheira, também policial militar, a tiros. A decisão foi proferida na tarde desta sexta-feira, 5, em Maracanaú.
O crime de feminicídio ocorreu na última quarta-feira, 3, no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Na decisão, a juíza Ana Celia Pinho Carneiro negou o pedido da defesa
para que o militar respondesse em liberdade e acatou o parecer do
Ministério Público. A magistrada justificou a manutenção da prisão
citando a "gravidade concreta da conduta" e a necessidade de garantir a
ordem pública e a instrução criminal.
"Depreende-se dos autos o
perigo do estado de liberdade do autuado (...) que agiu com violência
letal contra sua companheira, mesmo sendo agente da lei, demonstrando
descontrole e potencial para novas agressões", apontou a juíza.
A
decisão também ressaltou que, por ser integrante da corporação militar, a
liberdade de Joaquim poderia oferecer risco às investigações, com
possibilidade de "influenciar testemunhas ou obstruir a coleta de
provas".
Segundo os autos do processo, a Polícia Militar foi
acionada para uma ocorrência na avenida Santa Cecília, no Eusébio, onde o
casal teria sido baleado. O soldado Joaquim dirigiu o próprio carro até
a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.
Ao chegarem à unidade de saúde, os policiais encontraram o carro do
suspeito. Joaquim apresentava uma perfuração de bala na coxa. A
companheira dele, no entanto, já havia falecido.
Dentro do veículo
do casal, a perícia encontrou duas armas de fogo, sendo uma sobre o
banco do passageiro e outra atrás do banco do motorista.
Soldado alega que agiu em legitima defesa
Em
interrogatório, Joaquim Gomes alegou que agiu em legítima defesa. Ele
afirmou que estava no carro com a companheira quando, durante uma
discussão, ela teria sacado a arma para atingi-lo. O soldado disse que
reagiu sacando sua própria arma e disparando contra ela.
A juíza determinou ainda que o processo tramite em segredo de justiça e declinou a competência para a Vara Criminal da Comarca de Eusébio, onde o caso será julgado pelo Tribunal do Júri.
O policial deve ser transferido para o Presídio Militar, onde permanecerá à disposição da Justiça.
“Os últimos dias foram muito angustiantes. O
nível de ansiedade das pessoas na fábrica era muito grande, por conta da
incerteza que se tinha”. A afirmação é de um técnico eletricista da
planta da fábrica da Heineken, em Pacatuba, que encerrou as atividades nessa terça-feira (2). Ele conversou com a reportagem do Diário do Nordeste, mas solicitou para não ser identificado por medo de represálias.
O trabalhador tinha 15 anos de empresa, tendo sido desligado juntamente com 97 colegas, contratados diretos do grupo cervejeiro. Além deles, é estimado que cerca de 250 trabalhadores terceirizados também perderam seus empregos. Ao todo, teriam sido demitidos cerca de 350 pessoas.
O número de empregos diretos foi confirmado pelo Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias de Águas Minerais, Cervejas e Bebidas em
Geral do Estado do Ceará (Sindibebidas).
“Ao todo, 98 trabalhadores serão atingidos. O sindicato já realizou a
negociação de benefícios para esses empregados. A empresa também
apresentará propostas de transferência para Pernambuco e São Paulo”, diz
Fernando Matos, representante do sindicato.
A Heineken não informou à reportagem quantos trabalhadores diretos e
terceirizados mantinha na fábrica do Ceará. A Prefeitura de Pacatuba
afirmou que não tem o número oficial. Além disso, a empresa não deu mais
detalhes sobre o processo de demissão dos trabalhadores.
Matos lembra que na última reforma das leis trabalhistas a
homologação de rescisão não é mais obrigatória. “Os trabalhadores vão
ter essa oportunidade de transferência e, por terem uma boa
qualificação, é bem provável que o mercado absorva todos, rapidamente”,
completa Matos.
Desmobilização silenciosa
O sinal de alerta para os colaboradores soou com o fim da linha de
garrafas em julho deste ano. Com o encerramento, na planta de Pacatuba
só funcionava a linha de latas.
Antes do fim da linha de garrafas, o Grupo Heineken só engarrafava as
marcas Kaiser, Tiger, Skin, Amstel e Devassa em cascos de vidro de 600
ml e 300 ml.
“A gente estava na indecisão de saber como seria o futuro da fábrica.
Estávamos esperando que a linha (de garrafas) reabrisse, talvez em
setembro, mas isso não veio”, lembra o colaborador demitido.
Ele relata que em outubro foi iniciado o processo de “esvaziamento de
insumos”. “Não veio mais malte de cevada, para fabricar cerveja, outros
insumos foram cessando e alguns fornecedores foram deixando de fornecer
serviços”.
O técnico eletricista revela, ainda, que a “última pá de cal” na
produção ocorreu no mês passado, com o esvaziamento dos tanques. “Os
tanques começaram a ser esvaziados e, mesmo assim, a gente não
acreditava que a fábrica fosse de fato fechar”, comenta.
“Os esperançosos acreditavam que esvaziaria e recomeçaria.
Esperávamos até umas férias coletivas, mesmo que nunca tivessem feito
isso. Logicamente, já tinha colegas com convicção de que a fábrica
fecharia. Mas eu, particularmente, não queria acreditar”, reforça o
colaborador que se dedicou 15 anos à empresa.
O dia do encerramento das atividades
A Heineken comunicou o encerramento das atividades para os
colaboradores na última terça-feira (2). No dia anterior, os
trabalhadores ainda foram reunidos para um treinamento e dinâmica em
grupo, conforme relato do colaborador demitido.
“Quando entramos na planta, já tinha muita gente de fora, gente do RH
de fora, gente de outras unidades fabris. Aí, veio o comunicado do
gerente que a cervejaria de Pacatuba estava encerrando as operações”,
conta.
Depois disso, uma parte dos trabalhadores já teria sido encaminhada
para fazer os exames demissionais, na fábrica mesmo, e a outra parte, em
menor quantidade, foi separada para fazer o descomissionamento
(conjunto de atividades associadas à interrupção definitiva das
operações de um sistema de produção).
“Eles farão a desmobilização da fábrica em si, que vai desde o
maquinário até outras coisas, como gás, produtos químicos que continuam
na fábrica, e serão transferidos para outras unidades. Além da
destinação de produtos acabados que ainda existem na fábrica, no caso,
cerveja enlatada”, explica o demitido.
Ele ainda recorda que estão sendo oferecidas cartas de recomendação
aos colaboradores e a extensão do plano de saúde, para aqueles que
necessitam.
Questionada sobre o suporte oferecido aos colaboradores, a Heineken,
por meio da sua assessoria de comunicação, afirma que "além dos esforços
de realocação interna, que permitiram preservar 25 postos de trabalho
ao direcionar colaboradores para outras operações, estruturamos um
pacote de suporte ampliado para os profissionais desligados". Porém, o
pacote não foi especificado.
“Eu amava trabalhar nessa fábrica. Morava ali perto, vou deixar
amigos e sonhos que plantei. É uma tristeza para a cidade. No dia,
quando a ficha caiu que tudo tinha acabado, minha pressão até subiu”,
relata o ex-funcionário com tristeza.
Planta de Pacatuba estaria defasada
Ainda conforme o ex-colaborador, no dia do anúncio, a Heineken
informou que a ação faz parte da “estratégia da companhia”. Teriam ainda
citado sobre a recente modernização da planta em Igarassu (Pernambuco),
com investimento de R$ 1,2 bilhão.
Em Minas Gerais, o grupo também inaugurou, em novembro deste ano, a
primeira planta construída do zero em território brasileiro. O local,
que teve investimento de R$ 2,5 bilhões, é a primeira cervejaria
inaugurada globalmente pelo Grupo Heineken nos últimos cinco anos.
“Lá eles vão diversificar o portfólio. Além da Heineken, terão as
marcas premium. Talvez a Heineken zero álcool também, outras marcas de long neck (cerca
de 300ml). Então é uma produção mais diversificada e (a planta de)
Pacatuba estava um pouco atrasada nesse aspecto de modernização”, revela
ainda o ex-colaborador.
Município foi pego de surpresa
A Prefeitura de Pacatuba foi comunicada oficialmente do encerramento
das atividades produtivas da cervejaria também na terça-feira (2). No
ofício, a empresa diz que a decisão está “em linha com a estratégia de
transformação, eficiência operacional e crescimento sustentável”.
Legenda: Empresa se tornou planta da Heineken há 8 anos, com fusão com o grupo Brasil Kirin.
Foto: Paloma Vargas
O texto também cita os investimentos em Minas Gerais e Pernambuco
como reflexo da “visão de crescimento sustentável e eficiência
operacional”. “Dentro dessa visão de crescimento e eficiência, a unidade
de Pacatuba deixa de exercer um papel estratégico”.
O documento ainda afirma que a empresa reconhece “a contribuição de
cada colaborador”. “Estamos oferecendo suporte, seja por meio de
realocação profissional ou pacotes específicos, para que a transição
ocorra com todo o respeito e cuidado”.
A nota encerra com o Grupo Heineken agradecendo a parceria do
município ao longo dos anos e se colocando à disposição “para
esclarecimentos e para garantir que esta transição ocorra de forma
transparente, responsável e com toda atenção às pessoas”.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pacatuba, João
José Pinto, desde que ficou sabendo, o município tem buscado
alternativas para essa perda. “A prefeita, inclusive, já esteve reunida
com o governador Elmano para falar sobre isso. É uma grande perda para a
cidade”, diz.
Ele comenta também que a gestão municipal entende que essa é uma
decisão estratégica do Grupo Heineken, mas que precisa ser revertida
rapidamente, com a articulação de uma nova fábrica que assuma o espaço e
os postos de trabalho.
Arrecadação de impostos e incentivos
Questionada, a Prefeitura de Pacatuba não informou sobre o percentual
de arrecadação que a planta da cervejaria representava ao orçamento do
município e lembrou que “o quadro de funcionários não era em sua
totalidade de Pacatuba”. “Como se trata de uma multinacional, muitos
funcionários de outras cidades e estados eram designados à unidade”.
Ainda sobre incentivos, a reportagem demandou a Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Secretaria da Fazenda do Ceará
(Sefaz). A primeira informou que a “unidade da Heineken em Pacatuba, na
Grande Fortaleza, não contava com incentivos fiscais da Sudene, de
acordo com a coordenação-geral de Incentivos e Benefícios Fiscais e
Financeiros”.
A Sefaz não retornou a demanda até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto.
Força-tarefa para atração de novo investimento
A Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) afirmou em
nota que não foi comunicada previamente sobre o encerramento das
atividades da Heineken no Ceará, mas “iniciará uma força-tarefa a fim de
atrair uma nova indústria para ocupar a área”.
Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (5) com o Governo do
Ceará, executivos da empresa teriam afirmado que a decisão não teve como
base “qualquer insatisfação com o Estado, mas exclusivamente as
mudanças no mercado de cervejas do Brasil e avaliação técnica
relacionada a investimentos”.
Por ser uma área de propriedade da Heineken, a Adece diz que, tanto a
Agência quanto a empresa devem fazer o trabalho de atração de nova
indústria para ocupar o local. A empresa, porém, afirma que estão sendo
estudadas "oportunidades para a utilização e ainda não há definição
sobre o futuro uso".
No encontro, ainda foi reforçado que o Grupo Heineken deve manter as
atividades de logística, centros de distribuição e presença comercial no
Ceará. Já em resposta à reportagem, a empresa destaca que "o Ceará
segue sendo um mercado consumidor importante no Nordeste e continuaremos
atuando para atender clientes, consumidores e parceiros locais".
Sobre a indústria de bebidas do Ceará, a Adece afirma registrar
crescimento em 2025, com mais de 7,6 mil pessoas empregadas atualmente.
Sindicatos não foram informados de descontinuação das atividades
A reportagem procurou o Sindicato das Indústrias de Águas Minerais,
Cervejas e Bebidas em Geral do Estado do Ceará (Sindbebidas-CE), mas foi
informada que o grupo não comunicou e não era associado à entidade
regional.
Já o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), por meio
de sua assessoria de imprensa, afirmou que não foi informado sobre o
assunto e esclarece que “não há obrigatoriedade ou protocolo que
determine a comunicação prévia ao sindicato nacional em decisões
estratégicas de operação tomadas individualmente pelas empresas”.
Uma ação de ordenamento realizada na cidade de Guaramiranga,
na região do Maciço de Baturité, no Ceará, terminou em confusão entre
ambulantes e a Guarda Municipal, na noite desta sexta-feira (5).
“Uma opressão grande contra o trabalhador [...] a Prefeitura não
avisou nada, ela lançou um edital dizendo que só podia ficar os dois
pipoqueiros. Não pensava que ia acontecer isso”, contou ao Diário do Nordeste uma fonte que preferiu não se identificar.
Em imagens registradas por pessoas que acompanharam a ação, é
possível ver os agentes do município recolhendo os produtos dos
ambulantes, que resistiram a ação.
Em meio a gritarias e empurrões, foi utilizado spray de pimenta para conter os trabalhadores.
A Prefeitura de Guaramiranga, em nota ao Diário do Nordeste,
informou que, durante ação de ordenamento realizada pela Guarda
Municipal, um ambulante que atuava de forma irregular em espaço público desacatou e agrediu um agente em serviço.
“A gestão municipal reforça que a atuação da Guarda tem como objetivo
garantir a ordem, a segurança e o cumprimento das normas que regem o
uso dos espaços públicos”, expressa ainda trecho do comunicado.
Um homem de 40 anos foi preso por tráfico de drogas por
transportar 1 tonelada e 13 quilos de maconha no interior de carro no
município de Pindoretama, na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF). Ele foi capturado durante uma abordagem da Polícia Militar do
Ceará (PMCE). O suspeito ainda tentou subornar os policiais oferecendo
R$ 100 para não ser preso.
O caso aconteceu nessa quinta-feira, 4.
O comandante-geral da PM, coronel Sampaio, informou que, ao ser
abordado por policiais do Batalhão da Polícia Rodoviária Estadual
(BPRE), o suspeito apresentou nervosismo, levantando a suspeita de algo
ilícito. Na fiscalização dentro do carro do condutor, foram encontrados
480 tabletes de maconha. O homem foi preso em flagrante.
Diante
da prisão, a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (Denarc), da
Polícia Civil do Ceará (PC-CE), iniciou uma investigação e identificou
outra quantidade de drogas no município. Foram localizadas mais 1,436
toneladas de maconha dentro de um depósito que funcionava em um estábulo
em um sítio na região.
Conforme a investigação, as drogas seriam
da mesma facção criminosa e foram contabilizadas 2,5 toneladas,
considerada a maior apreensão de entorpecentes do ano. O delegado
titular da Delegacia de Narcóticos (Denarc), Paulo Renato, disse que a
investigação ainda está no início e ainda não há informações da origem
dos entorpecentes e quais seriam os pontos de distribuição.
Ainda
segundo o delegado, o total dos entorpecentes foi avaliado, em média, em
R$ 10 milhões. “Um forte impacto na questão financeira do crime”,
disse. O delegado-geral da PC-CE, Márcio Gutierrez, afirmou que o galpão
onde as drogas foram encontradas foi identificado como local para
armazenar os entorpecentes e, em seguida, fazer a distribuição deles.
Ainda segundo o delegado, a investigação segue para identificar e
responsabilizar os suspeitos que fazem parte desse esquema criminoso de
tráfico de drogas, tanto os que enviam como os que recebem e fazem a
distribuição.
“Uma
atuação como a de hoje, traz um prejuízo muito grande e desestrutura a
parte financeira dessa organização que vai agora precisa buscar se
recompor e se estabilizar e aí a gente vai trabalhar muito para
identificar esses criminosos e colocá-los na cadeia”, pontuou Gutierrez.
O titular da SSPDS, Roberto Sá, destacou que o resultado como
trabalho “bem articulado” da Polícia Militar e dando continuidade à
investigação pela Polícia Civil. “Demonstrando o compromisso, a
determinação e também a integração”, afirmou. Além da PM, as apreensões
contaram com apoio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado
(Drco), da PC-CE.
Governador afirma que delegados tem autoridade para decidir
tipificação dos crimes, apesar de portaria de 2023 orientar a
classificação de homicídios de mulheres primeiro como feminicídios
Feminicídio atinge recorde no Ceará em 2025
/ Crédito: Agência Brasil
O Ceará ultrapassou 43 casos de feminicídio até a primeira semana de dezembro de 2025.
O número já é o maior registrado em qualquer ano desde o início da
tipificação, em 2018. Devido a falhas no registro correto do crime, a
quantidade pode ser ainda maior.
Em 27 de outubro, uma mulher de 32 anos foi assassinada em Jaguaruana por se recusar a ter relações sexuais com um homem
de 46 anos. Ele foi preso pela morte, confessou o crime e foi autuado
por feminicídio. No entanto, nas estatísticas de outubro, a Secretaria
da Segurança e Defesa Social (SSPDS) categorizou o caso como homicídio
doloso.
A estatística preliminar de novembro também classificou a morte de
Thamallia Abreu Barreto, 34, como homicídio doloso. A mulher foi esfaqueada pelo ex-companheiro em Canindé seis dias depois de obter uma medida protetiva contra ele. O homem também foi preso e autuado por feminicídio.
Se esses casos estivessem registrados como feminicídio, o número subiria para 45.
Número de vítimas de feminicídio no Ceará
2018: 30
2019: 34
2020: 27
2021: 31
2022: 29
2023: 42
2024: 41
2025: 43 (preliminar)
Desde
março de 2023, a portaria de Instrução Normativa Nº0644/2023-GS,
publicada pela SSPDS, estabelece que todos os Crimes Violentos Letais
Intencionais (CVLI) contra mulheres e membros da população LGBTQIA+
devem ser primariamente tratados como “resultantes de ações de ódio, intolerância sexual ou decorrentes do machismo estrutural”.
Portanto, a portaria determina que esses crimes sejam registrados nas
estatísticas como feminicídio, transfobia e homofobia, conforme o caso
específico.
Apesar da portaria estar em vigor há mais de dois anos, assassinatos de mulheres continuam sendo categorizados primeiramente como homicídios dolosos nos sistemas de dados da secretaria.
Questionado sobre a dificuldade de registrar corretamente o feminicídio, o governador Elmano de Freitas (PT) afirmou que os delegados de polícia têm autonomia para registrar o tipo penal.
“O
delegado de polícia é a autoridade que diz, quando recebe o caso, como é
que ele abre o inquérito. Ele tem autoridade legal de fazer”, afirmou
em visita ao O POVO nesta sexta-feira, 5.
Quando
perguntado sobre os casos que são registrados como homicídio doloso
mesmo havendo prisão em flagrante por feminicídio, o governador afirmou
que é necessário apurar.
“Quem diz que ele está sendo preso por feminicídio é para ser o
delegado. Então fica meio contraditório o delegado que abre o inquérito
dizer que é feminicídio e depois que não é”, disse.
Elmano disse
ainda que o Ministério Público pode “resolver” a questão, já que o órgão
decide como pretende denunciar o crime à Justiça. O governador destacou
ainda que foram presos, em 2025, 68 suspeitos de feminicídio.
“Nós
estamos buscando fazer um trabalho educacional, que é, digamos assim,
mais estratégico e buscando ser bastante rigoroso na apuração, na prisão
e acelerando, com a colaboração do judiciário, para estar julgando com
rapidez, para não ter impunidade”, afirmou.
Para protestar contra feminicídios, movimentos sociais se reunirão em Fortaleza no domingo, 7, na Praia de Iracema.
O ato Levante Mulheres Vivas ocorrerá de forma simultânea em todas as
unidades da Federação. O ponto de encontro na Capital será na estátua de
Iracema Guardiã, na avenida Beira Mar, às 16 horas.
O ato tem o
objetivo de chamar atenção para as violências sofridas por mulheres em
meio a casos de destaque nacional. Estarão presentes movimentos de
mulheres do Ceará, sobreviventes de tentativas de feminicídio e
familiares de vítimas em busca por justiça.
Sem renda há mais de um ano, o motociclista de app, Davidson
Mota, enfrenta dores constantes, burocracias e abandono institucional;
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Paraplégico após acidente em Fortaleza, homem tem pedidos de benefício negados e pede ajuda.
/ Crédito: Arquivo pessoal / Divulgação
No dia 15 de novembro de 2024, a vida de Davidson Almeida Mota, 32, mudou para sempre. Trabalhador, pai de duas crianças pequenas e principal provedor da família, ele deixou de rodar Fortaleza como
motociclista de aplicativo para se tornar um homem paraplégico, sem
renda e sobrevivendo exclusivamente da solidariedade de conhecidos.
“Estou há um ano e um mês sem nenhum ganho. Nada. Eu vivo de ajuda no momento”, diz Davidson, que mora em Pedra Branca, a 237 km de Fortaleza, com a esposa e os filhos há quase cinco anos.
Antes do acidente, Davidson trabalhava havia três anos como
motociclistas de aplicativo, após sair de um posto de gasolina. Naquele
feriado de 15 de novembro, decidiu não trabalhar para resolver assuntos
pessoais.
Falta de socorro e burocracia
O
acidente aconteceu quando ele se preparava para passar por um sinal. Ao
virar a rua, caiu em um buraco na via. A queda inicial não o feriu
gravemente, mas, ao tentar se levantar, foi atingido nas costas por um carro que vinha em alta velocidade.
O
motorista fugiu sem prestar socorro. Davidson acredita que ele não o
viu no chão. A ausência de socorro também o impediu de acessar o Seguro
Obrigatório para a Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (DPVAT),
de acordo com ele.
“Pensei
que meu corpo tinha partido no meio. Passei a mão e não senti nada. Era
como se eu estivesse encostando no chão”, relembra.
Socorrido ao
Instituto Doutor José Frota (IJF), enfrentou o que descreve como “um dos
piores momentos” de sua vida. “Passei 46 dias tomando banho no leito.
Não tinha material para a cirurgia. Nem algodão tinha.” Com apoio da
Defensoria Pública, conseguiu transferência para o Hospital das
Clínicas, onde foi operado somente em dezembro.
Durante a internação, foi orientado a dar entrada no Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS). Na perícia, no entanto, foi informado
que não era segurado, e o pedido foi negado.
A
alternativa foi solicitar o Benefício de Prestação Continuada
(BPC/LOAS), em fevereiro deste ano. Após perícias realizadas em março, o
pedido foi negado em agosto. O médico perito concluiu que Davidson
teria condições de trabalhar.
“O médico disse que eu posso trabalhar como telemarketing,
empacotador ou caixa de supermercado”, afirma. Ele contesta a decisão,
alegando que sua condição é muito mais complexa do que apenas usar uma
cadeira de rodas.
“Eu
sinto dor neuropática 24 horas por dia. É uma dor que enlouquece. Não
tenho sensibilidade da cintura para baixo. Preciso passar sonda de urina
a cada quatro horas. E o mercado mais perto fica a 5 km, em estrada de
pedra. Como é que eu vou?”, questiona.
Há mais de um ano sem qualquer benefício, Davidson vive de doações ao
lado da esposa e dos filhos, em uma casa alugada. A falta de renda
agravou a situação da família. A esposa tentou produzir e vender
sobremesas, mas as dificuldades de entrega na região rural
inviabilizaram o negócio.
As doações podem ser feitas via Pix pelo número 85991332801 (Davidson Almeida Mota), que também é contato pessoal. Atualizações e pedidos de ajuda estão disponíveis no perfil @mota_davidson.
“Eu nunca quis depender de ninguém. Só quero viver… e cuidar dos meus filhos”, finaliza.