| Foto: Érika Fonseca |
Estudos divulgados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme), durante a tarde de ontem, apontam que existem 50% de
chance da quadra chuva, entre os meses de março, abril e maio, ser
abaixo da média histórica. Isso é resultado da pouca mudança, em
fevereiro, da temperatura atmosférica dos oceanos Pacífico e Atlântico, o
que indica um enfraquecimento das precipitações no Estado.
A expectativa de que chova em uma quantidade esperada para esse período
do ano é de 35%, já para que as precipitações sejam acima do estimado
são de, apenas, 15%. "As chuvas aqui no Ceará dependem da temperatura
atmosférica, principalmente do Oceano Atlântico, do Trópico Sul e do
Norte. Precisamos que o Trópico Sul se aqueça mais que o norte para que a
Zona de Convergência Intertropical ocorra bem", explica o
meteorologista da Funceme, Leonardo Valente.
Mas, ainda segundo o estudioso, não se pode afirmar com certeza o que
ocorrerá durante essa época. "O fato da maior probabilidade ser que não
atinja a média não significa que as precipitações não possam acontecer.
Afinal, estamos no período mais chuvoso do ano", assegura.
A média histórica de precipitações acumuladas no Estado entre os meses
de março, abril e maio é de 480,3mm. As médias de cada um dos próximos
três meses são 206,2mm, 184,3mm e 89,9m, respectivamente.
"O último período chuvoso que foi acima da média histórica foi em 2009.
Em 2010, o resultado foi 50% abaixo da expectativa; 2011 conseguiu
ultrapassar a média em 8,5%; nos anos de 2012, 2013 e 2014 foram
inferiores ao esperado", lembra o meteorologista.
Seca
Por se tratar do quarto ano consecutivo de seca, as chuvas
contabilizadas em 2015 pela Funceme apresentam índices preocupantes e
que podem agravar a situação. Em janeiro, quando a média é 98,7mm,
choveu somente 28,6mm. Em fevereiro, a expectativa é de 127,1mm e
choveu, até hoje, 52,4mm, ressaltando que ainda faltam oito dias para
terminar o mês.
A análise mostra também que as precipitações no centro sul do Estado
tendem a ficar mais próximas da média histórica, enquanto na metade
norte a tendência são índices mais baixos de chuva no acumulado do
trimestre.
Segundo o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, existem fortes
chances que a Zona de Convergência Intertropical, principal causadora
das precipitações da região, não atue por aqui. Por isso, a
possibilidade do impacto ser negativo nas quadras chuvosas aumenta.
Apesar das chuvas registradas em várias regiões do Ceará, as condições
termodinâmicas dos oceanos Pacífico e Atlântico não sofreram relevantes
alterações em fevereiro e, dessa forma, permanecem desfavoráveis para
precipitações regulares no Estado entre os meses durante o próximo
trimestre.
Diário do Nordeste


