Naldo José & Forró in Deus fará show em Ipu hoje sexta-feira (02)


O cantor cearense Naldo José, ex-vocalista de Bandas famosa de Forró, que atualmente canta músicas gospel, irá fazer uma show católica em Ipu, no próximo dia 02 de outubro na Praça da Igreja Matriz, logo após a novena dos Festejos de São Francisco, em Ipu (CE).

Naldo gravou um vídeo convidados os ipuenses para o Show em Ipu. Veja no vídeo abaixo.



Naldo, o forrozeiro cristão, conta sua história

José Reginaldo Alves Marques, 36, natural de Juazeiro do Norte. Sonho de infância: se tornar rico e famoso. Para perseguir seus objetivos, se mudou para a capital ainda bem jovem, por volta dos 16 anos. Sem ter completado nem a sexta série do Ensino Fundamental, porém, como ir muito longe? “Fiquei sabendo que, em Fortaleza, forró dava dinheiro. Comecei a tocar sertanejo na noite, em barzinhos, mas meu foco era chegar ao forró”, relembra.

Obstinado, o cearense não demorou muito a alcançar o que queria. A pedido de um amigo que era político, foi fazer “showmícios” (shows em comícios), no interior - o ano era 1996 e esse tipo de apresentação em época de eleição ainda era permitida. A partir daí, conheceu algumas bandas de forró e, por conta da música “Pense numa rosa de jasmin”, de sua autoria, chamou a atenção de um empresário do meio musical, Fernando Cruz. “Ele me convidou de cara pra tocar na banda dele, chamada Jequitibá e disse que produtores precisavam conhecer o meu som”. 

A partir dali o sucesso local estava garantido. José Reginaldo, já chamado de Naldo pelos companheiros, caiu nas graças de Carlinhos Aristides, um dos sócio-fundadores da A3.  “Quando mostrei as minhas composições para o Carlinhos, no comecinho do Aviões do Forró, ele começou a comprar as canções para a banda de Solange e Xand. Depois passei a cantar as minhas próprias músicas. Carlinhos me botou em uma das bandas dele, Forró Badalo, com o Sobrinho, que hoje está na Canários do Reino. Boa parte do que tenho, inclusive, devo aos autorais da música ‘Pense numa rosa de jasmin’. Comprei minha casa e meu carro. Eu não tinha nada e consegui aquilo que os cantores dizem que têm quando estão estourados: uma mulher, uma pulseira de ouro e uma Hilux (risos)”.

Decepção e fidelidade divina

Em 2005, na fase de celebração do sucesso, curtindo mulheres, bebida e drogas (o músico fala de seu passado abertamente), Naldo viveu o momento que viria a ser o divisor de águas na sua vida. “Cantava numa banda chamada Olho da Gata, antiga Som Folia e fui parado com meu carro, minha Hilux, numa emboscada quando saía de um restaurante. Estava com a minha namorada, que hoje é minha esposa, Jaqueline, quando três policiais me pararam e acharam uma arma no meu carro. Aquilo me assustou muito. Fiquei preso por dois dias e meio no 30º Distrito Policial, que ficava no bairro São Cristóvão”, revela o cantor, acrescentando que esse fato o fez se decepcionar com o forró secular.  “Não tive depressão, mas uma tristeza muito grande com essa área do forró. Fiquei com medo de confiar novamente, até porque quem me botou nessa situação vinha desse meio”, comenta. 

Mesmo assim, Naldo ainda permaneceu um tempo na Barões do Forró (banda que deu a ele o apelido de Barãozinho) e viajou o Brasil com a Caviar com Rapadura. De volta a Fortaleza e o coração ainda bastante abalado e confuso, começou a buscar, em Deus, refúgio e explicações para seus dilemas existenciais. “Meus pais frequentavam a Comunidade Shalom; minha irmã já era pastora de um grupo de oração de lá. Passei a ir mais à missa, principalmente a ministrada pelo Padre Antonio Furtado (que foi quem me chamou de “Naldo José” pela primeira vez); a pedir conselhos e, nesse contexto, fui convidado a participar do ‘Acamp’s’, um acampamento de jovens de seis dias do Shalom, com programação religiosa, numa fazenda em Pacajus”. 

Foi nessa ocasião que Naldo José afirma ter sido tocado profundamente por Deus, sentindo-se convidado a “renunciar”, ou seja, desistir, do forró e de tudo relacionado ao pecado e aos vícios. “O acampamento reunia cerca de 400 jovens. Levantei-me e dividi meu testemunho com todos ali, com a promessa de conversão”. 

Atualmente, o cantor agradece a Deus pelos nove anos de mudança de vida. Mas, faz questão de enfatizar que, antes de decidir se dedicar ao forró católico, tentou ser empresário de uma área bem diversa. “Era o ano de 2006. Para começar uma nova fase, troquei a Hilux por um carro mais barato, um Golf. Com o dinheiro, transformei a parte da frente da minha residência em uma panificadora; construí quitinetes no meio do terreno e fui morar onde era o quintal. Mas, com pouco tempo a panificadora quebrou. Arrendei o ponto para um mercantil e fui viver de renda e aluguel. Minha família me ajudou muito. O engraçado é que vendi o Golf, fui para um Fiat, depois para um Monza, um Santana Quantum, um Chevette e, depois, fiquei de ‘pevete’”, recorda, fazendo graça.  

Nesse contexto de dificuldades, mas sem perder a fé, Naldo fala da fidelidade de Deus. “Por conta dos débitos que adquiri, resolvi ir ao banco fazer um empréstimo de R$ 3 mil.  Quando cheguei lá, tomei um susto! Tinha R$ 50 mil na minha poupança, de direitos autorais, que não tinha ido mais ver. O Senhor permitiu que eu perdesse tudo; que me desapegasse dos valores materiais e das falsas seguranças para, só então, me dar esse presente, com o qual pude recomeçar outra vez”.  (Diário do Nordeste)

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