Os advogados de Eike Batista informaram a autoridades que o empresário
irá se entregar nesta segunda-feira (30), de acordo com fonte próxima às
discussões. A promessa teria sido feita por escrito, mas ainda há
dúvidas se será cumprida.
Eike teve a prisão decretada nesta quinta-feira, na Operação Eficiência,
desdobramento da Lava Jato que apura esquema usado pelo ex-governador
do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) e outros investigados para ocultar
mais de US$ 100 milhões remetidos ao exterior. Desse valor, repassado em
ações da Vale, da Petrobras e da Ambev, apenas 10% já foi recuperado
pelo Ministério Público Federal.
Também com cidadania alemã, o empresário está foragido desde
quinta-feira, 26. Segundo seus advogados, ele está no exterior, enquanto
dados da Polícia Federal apontam que ele embarcou em um voo para Nova
York utilizando seu passaporte alemão. Caso seja encontrado em
território germânico, sua extradição será definida pela Justiça do país.
Além disso, se o empresário decidir se entregar à polícia, ainda não
está definido o tipo de unidade prisional para qual será encaminhado,
pois há imprecisões sobre a sua formação educacional. Em livro publicado
em 2011, o ex-bilionário diz que interrompeu a faculdade de Engenharia
na Alemanha "ainda na metade" do curso.
Já o prospecto da Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da
petroleira que fundou, a OGX, traz a informação que ele era "bacharel em
Engenharia Metalúrgica pela Universidade de Aachen, Alemanha".
Se ele não comprovar que possui ensino superior, terá que aguardar
julgamento em uma cela comum. Detentos com diploma são encaminhados para
unidades restritas aos que têm ensino superior.
Os advogados de Eike e a Polícia Federal (PF) foram procurados pelo
Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mas não
retornaram as ligações da reportagem.
Uol