Há dez anos no mercado de energia renovável, a Casa dos Ventos diversifica os negócios e deve apostar em energia solar e linha de transmissão nos próximos anos, além de se manter no mercado de energia eólica que já atua.
Em 2017, apenas no Ceará, os
investimentos podem chegar a R$ 2,2 bilhões em energia eólica, para uma
capacidade de 360 MW, nas cidades de Tianguá, Tauá e Salitre. Em energia
solar, para Tianguá, a expectativa é de aportes de R$ 800 milhões e 130
MW.
Assim, as duas fontes de energia
renovável devem totalizar R$ 3 bilhões em investimentos no Estado. Para
isso, a empresa aguarda os novos leilões de energia promovidos pelo
governo federal. Em Tauá, o projeto já tinha ficado pronto, com questão
fundiária e licença ambiental em dia, para participar do leilão em
dezembro, mas houve o cancelamento do certame.
O destino deste parque será energia
eólica, com investimentos de R$ 600 milhões. São aproximadamente 100 MW
de capacidade com espaço estimado para 50 aerogeradores, dependendo do
tamanho.
Em Salitre, o potencial é maior, 200 MW,
para energia eólica, que pode ser viabilizado por R$ 1,2 bilhão. E em
Tianguá, o projeto é de expansão do Complexo Eólico Ventos de Tianguá,
que começou a operar em setembro do ano passado.
Já existem projetos voltados tanto para
energia eólica quanto solar, pois a fazenda possui pontos planos que
devem ser utilizados para a segunda fonte. O investimento apenas para
eólica é de R$ 400 milhões.
O complexo, localizado em um espaço de 9
mil hectares na Serra da Ibiapaba, teve aporte de R$ 800 milhões na
primeira fase e é composto por cinco usinas eólicas e 77 aerogeradores
que, juntos, tem capacidade de gerar 130 MW de energia, o suficiente
para abastecer aproximadamente 150 mil residências.
Leilão
“Estamos esperando anunciarem o leilão
para cadastrarmos os projetos e fazermos o melhor possível para
mantermos uma tarifa competitiva para conseguirmos a vitória e
celebrar”, declara o diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, Lucas
Araripe. O diretor considera que o cenário para leilão está incerto.
“Sem previsão, mas estamos preparados”, afirma.
Araripe lembra que o Ceará foi pioneiro
no desenvolvimento de energia eólica antes dos leilões em 2009. “O
Estado perdeu espaço para estados como Bahia e Piauí, mas tem potencial
para ser explorado. Hoje ainda existe potencial no litoral, mas tem
muita coisa no interior também”, ressalta.
Este ano, a Casa dos Ventos tem o
objetivo de reter alguns projetos para ser plataforma de energia de
fato. “A priori estamos muito focado em operar estes parques. Queremos
aprender a investir nesta área para fazermos manutenção em períodos de
menor ventos. Investimos em equipamentos de prevenção de falha para
sermos operador por excelência”, descreve o diretor de novos negócios.
Manutenção
Para operar estes parques, o custo anual
é de R$ 60 milhões, a serem despendidos na manutenção dos
aerogeradores. Além disso, existem investimentos necessários para
subestação, redes de média tensão e outros recursos adicionais. “Para
2017, estamos focando na execução deste Complexo Ventos do Araripe III
para concluir no primeiro semestre”, informa. O prazo para as diversas
fases do empreendimento, do ponto de vista regulatório, eram outubro de
2017, janeiro de 2018 e janeiro de 2019, mas o cronograma foi
antecipado.
O diretor de novos negócios reforça que a
vantagem desta antecipação é de ter o contrato de 20 anos de energia,
receber por um período maior e antecipar a receita. “O foco no primeiro
semestre será a otimização das operação dos parques e preparação destes
projetos de leilões no segundo semestre para sairmos vitoriosos”,
explica.
Nesta década, a Casa dos Ventos
participou do desenvolvimento de cerca de 25% de todos os parques
eólicos em operação no País e instalou mais de 100 parques eólicos que
totalizam a capacidade de 2,6 GW. Possui ainda, em operação, a entrada
de mais 5 GW eólicos na matriz energética nos próximos dois anos. Os
projetos eólicos estão localizados no Ceará, Rio Grande do Norte,
Pernambuco, Paraíba, Bahia e Piauí. Destes empreendimentos em
construção, 1,5 GW foram originados e desenvolvidos pela empresa,
contribuindo para a viabilização de 4,1 GW de projetos em operação ou
construção no País.
Investimentos
Nos últimos três anos, a companhia
investiu aproximadamente R$ 6 bilhões na execução de seus
empreendimentos, gerando cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos no
período. A empresa ainda possui 15 GW para novos investimentos, o que a
torna detentora do maior portfólio de projetos eólicos do Brasil.
Para os próximos 10 anos, a Casa dos
Ventos pretende seguir com o compromisso de gerar energia limpa,
contribuindo de forma atuante para a evolução da matriz energética
brasileira.
Hidrelétrica
Além dos parques eólicos, o grupo tem
uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) na Bahia. De construção antiga,
quase 100 anos, ela está sendo atualizada com novas turbinas, que irão
quintuplicar a capacidade de geração até março. Estão sendo investidos
R$ 30 milhões. “Ainda podemos analisar algo de transmissão na mesma
região de algum leilão, visando agregar valor para os projetos”,
finaliza.
Fonte: DN