O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de cinco inquéritos sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O parlamentar e presidente do PSDB é suspeito de receber vantagens indevidas para favorecer a Odebrecht. As investigações foram pedidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Aécio divulgou nota sobre o fim do sigilo das delações da Odebrecht e
sobre a abertura de investigações sobre ele. Segundo o texto (veja íntegra mais abaixo), assim "será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção" da conduta da sua conduta.
Um dos inquéritos foi feito com base nas delações de Marcelo Odebrecht,
ex-presidente da Odebrecht, e de Henrique Serrano do Prado Valladares,
executivo da empreiteira. Eles relataram ao Ministério Público que
repassaram dinheiro ao senador e do PSDB em troca do apoio do
parlamentar, em especial em relação a obras de interesse da Odebrecht no
Rio Madeira e nas usinas hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau.
Valladares disse que pagou prestações entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.
Nas planilhas de propina da empresa, Aécio era identificado como
"Mineirinho", segundo a delação.
Outro inquérito, que também trata do pagamento de vantagens indevidas,
foi feito com base nas delações de Benedicto Barbosa da Silva Júnior,
Sérgio Luiz Neves, Marcelo Bahia Odebrecht e Cláudio Melo Filho. No
documento assinado por Fachin, não há detalhes sobre esse caso.
Um terceiro inquérito, feito a partir dos relatos de Sérgio Luiz Neves e
Benedicto Barbosa, trata de esquemas que operaram quando Aécio estava
no segundo mandato como governador de Minas Gerais. Segundo os
delatores, em 2007, o tucano organizou um esquema para fraudar processos
licitatórios, mediante organização de um cartel de empreiteiras, na
construção da "Cidade Administrativa" (ou "Centro Administrativo") de
Minas Gerais. O objetivo, dizem os colaboradores, era obter propinas com
as obras.
Ao lado de Antonio Anastasia, senador e ex-governador de Minas, Aécio
também será investigado por pedidos de vantagens indevidas, usando como
pretexto doações para campanha eleitoral. Segundo os delatores Sérgio
Luiz Neves e Benedicto Barbosa, em 2009, a Odebrecht doou R$ 1,8 milhão
para a campanha de Anastasia ao governo de Minas, a pedido de Aécio. Em
2010, os colaboradores falaram em repasses de R$ 5,47 milhões. Nesse
mesmo inquérito, também são investigados Oswaldo Borges da Costa,
ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais
(Codemig) e Paulo Vasconcelos do Rosário Neto, marqueteiro de Aécio.
O G1 continua analisando as outras autorizações de investigação sobre Aécio.
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