O juiz federal Sérgio Moro decidiu nessa segunda-feira (17) aceitar
pedido feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para
arrolar 87 testemunhas de defesa em uma das ações penais da Operação
Lava Jato. No entanto, Moro determinou que Lula compareça a todas as
audiências para “prevenir a insistência na oitiva de testemunhas
irrelevantes”.
“Já que este julgador terá que ouvir 87 testemunhas da defesa de Luiz
Inácio Lula da Silva, além de dezenas de outras, embora em menor número
arroladas pelos demais acusados, fica consignado que será exigida a
presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências nas quais
serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua própria defesa, a fim
prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes,
impertinentes ou que poderiam ser substituídas”, decidiu Moro.
Entre as pessoas que foram convocadas pela defesa de Lula estão os
ex-diretores da Polícia Federal Luiz Fernando Correa e Paulo Lacerda,
além do ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Jorge Hage.
Defesa de Lula
Em nota, a defesa de Lula declarou que a decisão de Moro é arbitrária
porque a presença do acusado é facultativa e não obrigatória nas
audiências de processos criminais. Para os advogados, Moro pretende
desqualificar a defesa.
“Essa decisão foi proferida na ação penal em que Lula é indevidamente
acusado de ter recebido um terreno para a instalação do Instituto Lula e
um apartamento, vizinho ao que reside. No entanto, as delações dos
executivos da Odebrecht mostraram que o ex-presidente não recebeu tais
imóveis, o que deveria justificar a extinção da ação por meio de sua
absolvição sumária”, diz a nota.
(Agência Brasil)



