O ex-ministro da Educação e ex-governador do Ceará Cid Gomes negou
nesta segunda-feira (22) as acusações que Wesley Batista, da JBS, fez em
delação premiada. Segundo o empresário, Cid Gomes pediu R$ 20 milhões para financiar a campanha do então candidato a governador do Camilo Santana em 2014. Ainda conforme a delação, o valor foi entregue em propina por meio dos atuais secretários Arialdo Pinho e Antônio Balhmann. Os secretários também negaram envolvimento no caso.
"O primeiro cuidado que tive foi de desmentir categoricamente e
repudiar veementemente a possibilidade ou a manchete de que eu tivesse
recebido R$ 20 milhões em propina. Eu tenho um patrimônio que é um
patrimônio compatível com os meus 34 anos de trabalho. Material que não
chega a R$ 800 mil, ao longo de 34 anos. E isso é comprovado pelas
declarações de imposto de renda, que é público. Isso foi o que fiz
primeiro", afirmou Cid Gomes.
Ainda conforme Cid Gomes, durante a campanha eleitoral, ele solicitou
doações legais em dinheiro e que as delações contra ele não são
provados. "No meu entender, ter um vídeo entregando R$ 500 mil é uma
prova, ter um áudio gravando o presidente é uma prova, mas contra mim é
só uma fala sem provas."
"Houve contribuição dessa empresa sem vinculação qualquer, sem qualquer
compromisso ou contra prestação de serviços. Quero também enfatizar que
ao longo do período em que fui governador, todas as nossas
contribuições e nossas campanhas é de que as arrecadações fossem feitas
dentro da lei", completa.
Campanha de Ciro Gomes à presidência
Cid também nega que a citação ao seu nome possa afetar a campanha de
Ciro Gomes à presidência em 2018. Ciro Gomes é pré-candidato pelo PDT.
"Corrupção não é catapora, que passa pra outra pessoa. Ainda que eu
fosse corrupto, o que não o que caso, isso não afeta Ciro."
Situação de Temer
Já em relação ao presidente Michel Temer, Cid Gomes diz que as
gravações feitas por Joesley Batista são suficientes para encriminá-lo.
"O que eu imagino que vai acontecer é o seguinte: Temer vai ser cassado
no TSE. Por uma questão de honra, ele não vai recorrer no Supremo, o que
é um direito dele, mas isso ele não vai fazer e teremos novas
eleições", diz.
G1



