Parentes de vítimas da chacina que resultou na morte de 10 pessoas em Pau D'arco, no sudeste do Pará, contestam a versão dos órgãos de segurança do estado de que os policiais reagiram a um ataque dos colonos: segundo os trabalhadores rurais, a polícia chegou na cena do crime atirando.
"Teve
três sobreviventes do local, que conseguiram escapar, que contam essa
mesma história: eles tavam acampados, tava debaixo de uma lona, quando a
polícia chegou e já foi atirando em todo mundo, sem chance de defesa",
disse um homem que pediu para não ser identificado.
Nove homens e uma mulher morreram em um confronto com a polícia na fazenda Santa Lúcia, em Pau d'Arco,
na quarta-feira (24). A Secretaria de Estado da Segurança Pública e da
Defesa Social (Segup) disse que os policiais foram recebidos à bala
quando tentavam cumprir 16 mandados de prisão contra suspeitos do
assassinato de um vigilante da fazenda, no fim de abril. As equipes que
participaram da operação vão responder a inquéritos policiais militares.
A fazenda Santa Lúcia é alvo de disputa de terras. O local foi invadido
três vezes desde 2015. Em abril o proprietário conseguiu a reintegração
de posse, e contratou seguranças para vigiar o local. Segundo o advogado
das vítimas, os trabalhadores rurais já haviam informado ao Incra, a
ouvidoria agrária e ao Tribunal de Justiça do Pará sobre as tensões na
região.
G1



