Seis pessoas morrem e mais de 30 ficam feridas menos de duas semanas
depois de atentado em Manchester. Três suspeitos foram mortos pela
polícia após atropelar e esfaquear pedestresO terror voltou a atingir o
Reino Unido na noite de sábado (3/6). Um grupo de três homens em um
veículo atropelou dezenas de pedestres na Ponte de Londres, uma das
principais vias da capital britânica. Em seguida, os suspeitos se
dirigiram para o Borough Market, um conhecido mercado de produtos
alimentícios na mesma região da ponte e deixaram o veículo, uma van
branca, e passaram a esfaquear quem encontravam pela frente. Seis
pessoas morreram e pelo menos 30 ficaram feridas, segundo as primeiras
estimativas oficiais. Os três suspeitos foram baleados e mortos por
forças de segurança.
A Polícia Metropolitana de Londres classificou os dois episódios como
"incidentes terroristas".
Os primeiros boletins de um ataque na ponte
foram registrados pela polícia às 22h08 no horário local (18h08 no de
Brasília). A resposta foi rápida: as forças de segurança chegaram no
Borough Market oito minutos depois e logo passaram a enfrentar os
suspeitos. Tiros foram disparados e os três suspeitos foram mortos.
Segundo o comissário Mark Rowley, a polícia acredita por enquanto que
apenas esses três tomaram parte no ataque, mas ainda está investigando a
possibilidade da participação de mais pessoas.
"Isto é por Alá"
Durante o ataque no mercado, um policial ferroviário ficou gravemente
ferido após ser atacado por um dos terroristas. As autoridades afirmam
que, apesar da gravidade dos ferimentos, ele não corre perigo.
Fotografias mostram que os terroristas tinham latas amarradas junto aos
seus corpos. Segundo o comissário Rowley, as latas eram uma tentativa de
simular cinturões de explosivos.
As identidades das vítimas não foram divulgadas. A polícia afirmou que
ainda está tentando identificar os terroristas. Relatos de testemunhas
apontam que o veículo usado pelos terroristas deixou a área reservada
aos veículos na ponte e avancou contra os pedestres na calcada a mais de
80 quilômetros por hora.
Outra testemunha disse à rede a BBC que acreditou num primeiro momento
que os ocupantes da van desceram do veículo para ajudar as pessoas
atingidas pelo veículo. No entanto, os ocupantes sacaram facas e
passaram atacar pessoas que estavam em bares e restaurantes nas
proximidades. A mesma testemunha afirmou que um dos terroristas gritou
"isto é por Alá" enquanto atacava.
A polícia nao detalhou quantas pessoas ficaram feridas na ponte e
quantas receberam ferimentos nos ataques a faca que ocorreram pouco
depois. Também não foram divulgados detalhes sobre como ocorreram as
mortes. Nenhum grupo terrorista reivindicou o ataque por enquanto.
Inicialmente, a polícia citou um terceiro incidente em Vauxhall, um
distrito no sudoeste de Londres, onde uma pessoa também foi esfaqueada.
Mais tarde, as autoridades disseram que o episódio era um crime comum
sem relação com o ataque na ponte e no mercado.
Pouco depois da 0h no horário local (20h em Brasília), a polícia
classificou oficialmente os atos na Ponte de Londres e no Borough Market
como terroristas. Alguns minutos antes, o gabinete da
primeira-ministra, Theresa May, já havia informado que o governo
encarava as ocorrências como "potencial ato terrorista" e que uma
reunião de emergência foi convocada para a manha deste domingo. O
prefeito de Londres, Sadiq Kahn, descreveu o episódio como um "ato
bárbaro" e pediu que os habitantes e turistas se mantivessem calmos e
atentos.
Os atentados ocorrem a poucos dias das eleições gerais para o Parlamento
britânico, que estão marcadas para a próxima quinta-feira (8/6). A
premiê May é candidata à reeleição.
Histórico
Os ataques têm semelhanças com outros atentados, como os de Nice e
Berlim, onde terroristas também usaram veículos para atropelar
pedestres. Esse é também o terceiro atentados registrado no reino Unido
desde o começo do ano. O país ainda se recupera de um ataque ocorrido no
dia 22 de maio. Na ocasião, um terrorista suicida detonou explosivos
durante um show em Manchester e provocou a morte de 22 pessoas e deixou
mais de 100 feridos.
O terrorista foi identificado como Salman Ramadan Abedi, um muçulmano
britânico de 22 anos.
Dois meses antes, em 22 de março, um homem jogou um veículo contra um
grupo de pedestres nos arredores do Parlamento britânico, em Londres.
Quatro pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas.
O terrorista foi identificado como Khalid Masood, de 52 anos. Após se
chocar contra os pedestres, ele avançou contra as grades de um edifício
parlamentar e depois esfaqueou o policial Keith Palmer, que acabou
morrendo. Massod acabou sendo abatido por outro agente e morreu no
local.
Nesses dois casos, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou
os ataques. O governo britânico, no entanto, levantou dúvidas se o
ataque de Westminster, em março, tinha alguma ligação com o EI.
Reação
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que "diante desta nova
tragédia, a França está mais do que nunca ao lado do Reino Unido".
"Meus
pensamentos estão com as vítimas e suas famílias."
MO presidente dos EUA, Donald Trump, comentou os episódios deste sábado
em Londres em sua conta no Twitter. "Nós temos que ser espertos,
vigilantes e fortes. Nós precisamos que os tribunais nos devolvam nossos
direitos. Nós precisamos de um banimento de viagens como um adicional
de segurança", escreveu o presidente, que no início do ano tentou
proibir o ingresso nos EUA de cidadãos de sete países de maioria
muçulmana. A ordem acabou sendo derrubada pela Justiça americana.
JPS/rt
O Povo