Cinco mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão foram
cumpridos contra pessoas investigadas por envolvimento em roubo de
veículos de cargas, após a deflagração da Operação Carga Pesada, na manhã deste sábado (3), no Grande Bom Jardim.
Há vinculação do grupo detido com cerca de 20 ocorrências de roubo,
sendo estimado um prejuízo causado aos Correios em torno de R$ 500 mil.
Os mandados foram expedidos pela 11º Vara Federal da Seção Judiciária
de Fortaleza/CE e 2º Cara Criminal de Caucaia e cumpridos por equipes da
Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar. No
total, foram destacados 104 policiais para a operação.
De acordo com informações disponibilizadas pela assessoria de
comunicação da Polícia Federal, a investigação foi iniciada em julho de
2016, após o setor de inteligência da PRF trazer uma notícia-crime sobre
um grupo que estaria atuando contra os veículos. Em agosto, foram presos seis integrantes da mesma quadrilha, na Operação Doodle, quando os mesmos se preparavam para realizar ataques a um veículo dos Correios, em Caucaia.
As investigações constataram que boa parte dos caminhões roubados eram
veículos pertencentes aos Correios. O Ministério Público Estadual,
através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), realizou a coleta de provas e compartilhou as informações com a Polícia Federal.
A nota divulgada pela assessoria da PF também acrescenta que o grupo
costumava abordar veículos de cargas nas rodovias de acesso a Fortaleza,
“sempre com o uso de arma de fogo e emprego de violência contra as
vítimas”. Após a abordagem, o grupo conduzia os condutores e o veículo
até um local deserto, realizava a subtração da carga e liberava o
motorista. De acordo com as autoridades envolvidas na operação, os
principais locais onde o grupo atuava era na BR-222 e nas CEs. A escolha
pelos veículos dos Correios se dava pela grande quantidade de
eletroeletrônicos que os veículos traziam.
Há suspeitas que o mesmo grupo preso também tenha participado da explosão a agência bancária no município de Miraíma, na
última quinta-feira (1). Segundo o delegado Francisco Martins, da
Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (Delepat), o grupo
pode ter atuado em outros ataques. "Com a coleta de vestígios e perfis
genéticos, nós podemos chegar a novas ações. Noção de explosão de caixas
ele têm, tanto que levaram o dinheiro", afirma.
Durante as buscas, foram apreendidos cerca de R$ 50 mil em espécie,
além de três veículos roubados, armas e cerca de 2kg de maconha. De
acordo com a PF, o grupo responderá por roubo qualificado, receptação e
organização criminosa, com pena de reclusão superior a 22 anos. Segundo
as autoridades, não houve resistência por parte dos detidos na hora da
abordagem. Todos já possuíam antecedentes criminais, sendo que três dos
componentes do grupo já responderam por homicídio.
Diário do Nordeste