Cinegrafista do AP que levou tiro de PM pode perder movimento da perna, diz família

Briga ocorreu na madrugada deste sábado (29) em Macapá. Charles Maduro Pessoa foi baleado na coxa esquerda; família diz que vai procurar Justiça.


 
O cinegrafista Charles Maduro Pessoa, de 42 anos, que levou um tiro na coxa esquerda durante uma briga com um policial militar na madrugada deste sábado (29), num posto de combustíveis no bairro Universidade, na Zona Sul de Macapá, pode perder o movimento da perna, informou a família da vítima. 

A vítima, que trabalha numa emissora de televisão, foi socorrida pelo Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) e levado ao Hospital de Emergências (HE) da capital, onde segue internado. O militar se apresentou no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), confirmou a autoria do disparo e alegou legítima defesa. 

De acordo com o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes), o policial alega que a discussão iniciou porque o cinegrafista estaria alcoolizado e teria assediado a esposa dele. A corporação completa que a vítima agrediu o militar e jogou uma garrafa de vidro e por isso, o policial fez o disparo que atingiu a coxa esquerda da vítima, que caiu em seguida. 

Entretanto, a filha do cinegrafista, Anne Karolayne, de 20 anos, enfatiza que o pai estava abastecendo o carro quando viu o policial agredir a esposa. Então ele se aproximou do casal para tentar controlar a briga, mas o militar sacou a arma e fez o disparo. Ela completa que no hospital, os médicos informaram a família sobre a possibilidade de Charles ter sequelas. 

“Meu pai é uma pessoa muito calma e nunca se envolveu em brigas ou problemas com a polícia. Ele contou que viu o casal brigando e foi conversar para tentar ajudar. Mas então ele [policial] sacou a arma e atirou nele, sem que ele houvesse reagido. A bala atingiu o fêmur e talvez ele perca o movimento da perna, ou ela tenha sequelas devido à cirurgia”, explicou.

Até esta publicação, Charles estava internado no HE, onde aguardava para fazer a cirurgia de retirada da bala que atingiu o osso da perna. O G1 tenta contato com a equipe médica que atendeu o cinegrafista para saber detalhes do estado de saúde do paciente. 

A filha da vítima ressaltou que a família vai procurar a Justiça para cobrar a punição do policial.
“Ele sente muita dor e esse fato acabou com a vida social do meu pai, que pratica esportes, e também vai prejudicar a profissional. O que ele fez foi uma grande covardia, pois atirou contra uma pessoa que não reagiu e não prestou nenhum tipo de socorro. Vamos procurar nossos direitos”, reforçou.

G1

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