O presidente da República, Michel Temer (PMDB), declarou nesta
quinta-feira (27), durante evento em Brasília, que não lhe falta
"ousadia, coragem e fé", incluindo sua equipe, para governar o país.
A afirmação foi feita durante evento para assinatura de concessão de
aeroportos, em Brasília, e pouco depois de divulgada a pesquisa Ibope
encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), que mostra
mostra que 70% dos brasileiros consideram o governo do presidente Michel
Temer ruim ou péssimo.
"Vocês sabem todos, os senhores e as senhoras, que coragem, ousadia e fé
não nos faltam. Nem a mim nem à equipe que nós conduzimos. E é
interessante, de vez em quando penso que especialmente nesses últimos 60
dias, como o Brasil cresceu, como se produziu nesse período, que coisa
incrível", afirmou Temer.
De acordo com Temer, se conseguir aprovar as reformas política,
previdenciária e tributária, não se poderá dizer que o governo passou
"em branco". "Se conseguirmos realizar essas três novas reformas,
ninguém poderá dizer que nós passamos em branco nestes dois anos e pouco
de governo", defendeu.
Ele então ressaltou as Medidas Provisórias e as reformas aprovadas pelo
Congresso Nacional, como a do Ensino Médio, do teto dos gastos públicos e
do trabalho. Segundo o presidente, a cerimônia na qual deu a
declaração, de assinatura de concessão de aeroportos, revela que o
governo está colocando o Brasil no século 21.
Para Temer, "todos" agora querem investir no país e isso é fruto de
responsabilidade na gestão pública. Na sua avaliação, regras foram
descomplicadas e a confiança foi restaurada.
"O que tenho ouvido, em resumo, é uma mensagem de fundado otimismo. Por
isso que digo agora, não é por acaso que o Brasil está virando a página
da crise. Estamos fazendo um dever de casa, convenhamos, atrasado há
muito tempo", ressaltou.
Ao elogiar os ministros presentes e a plateia aplaudi-los, o presidente
falou que iria "trazer um puxador de palmas, porque se alguém bate
palma, todos batem". No entanto, considerou, todas as palmas naquele
momento "vieram do coração, do reconhecimento".
Em nenhum momento do discurso Temer citou a crise política e a denúncia
contra ele apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) que
deve ser votada na próxima quarta-feira (2) em plenário pela Câmara dos
Deputados.
Antes da declaração de Temer, o ministro da Secretaria-Geral da
República, Moreira Franco, defendeu o "legado" que o presidente deixará
ao país. O ministro afirmou, no mesmo evento na manhã desta quinta, que o
legado do presidente será de um homem focado na "obra coletiva" da
sociedade e do país. "Seu legado será basicamente no homem que pensa na
obra coletiva."
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