De acordo com a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), José Airton
Lima da Silva havia dado entrada na Cadeia no dia anterior e, durante o
primeiro banho de sol que teria na Unidade, foi assassinado. Colchões
foram utilizados pelos criminosos para envolver o corpo da vítima e
atear fogo. Os agentes penitenciários notaram o crime apenas após o
incêndio.
Questionada sobre a motivação do crime, a Pasta afirmou que estava
investigando o caso. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),
da Polícia Civil, e a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) compareceram à
Cadeia Pública para colherem provas do homicídio. Internos foram ouvidos
pelo delegado que atendeu a ocorrência e um inquérito policial foi
instaurado.
A reportagem apurou que José Airton respondia ao crime de tráfico de
drogas. Segundo a Sejus, a Unidade em que aconteceu o crime abriga mais
65 presos.
Facção criminosa
De acordo com o presidente do Conselho Penitenciário do Ceará (Copen),
advogado Cláudio Justa, a principal suspeita é de que o detento José
Airton Lima da Silva já tenha chegado, na Cadeia Pública de Maracanaú,
"decretado a morrer".
A vítima seria membro da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE),
que "domina" a Unidade da Sejus, e teria transgredido alguma "regra" do
grupo.
Outra hipótese levantada na investigação é de que José Airton fosse
membro de uma facção rival da GDE, mas o presidente do Copen desacredita
nessa versão, já que não houve conflitos quando o homem chegou à
Cadeia, nem ele rejeitou ser levado à Unidade.
Segundo Cláudio Justa, o domínio das facções criminosas não está
presente apenas nos grandes presídios do Estado. "O grande problema do
Sistema Penitenciário, hoje, é uma amplitude sistêmica da entrada das
facções criminosas, chegando até às cadeias públicas, inclusive no
Interior", afirmou
Diário do Nordeste