Preso é morto e teve o corpo incendiado por outros detentos

Um preso foi morto e teve o corpo incendiado por outros detentos, na Cadeia Pública de Maracanaú, na manhã da última sexta-feira (28).

De acordo com a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), José Airton Lima da Silva havia dado entrada na Cadeia no dia anterior e, durante o primeiro banho de sol que teria na Unidade, foi assassinado. Colchões foram utilizados pelos criminosos para envolver o corpo da vítima e atear fogo. Os agentes penitenciários notaram o crime apenas após o incêndio.

Questionada sobre a motivação do crime, a Pasta afirmou que estava investigando o caso. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, e a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) compareceram à Cadeia Pública para colherem provas do homicídio. Internos foram ouvidos pelo delegado que atendeu a ocorrência e um inquérito policial foi instaurado.

A reportagem apurou que José Airton respondia ao crime de tráfico de drogas. Segundo a Sejus, a Unidade em que aconteceu o crime abriga mais 65 presos.

Facção criminosa

De acordo com o presidente do Conselho Penitenciário do Ceará (Copen), advogado Cláudio Justa, a principal suspeita é de que o detento José Airton Lima da Silva já tenha chegado, na Cadeia Pública de Maracanaú, "decretado a morrer".

A vítima seria membro da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), que "domina" a Unidade da Sejus, e teria transgredido alguma "regra" do grupo.
Outra hipótese levantada na investigação é de que José Airton fosse membro de uma facção rival da GDE, mas o presidente do Copen desacredita nessa versão, já que não houve conflitos quando o homem chegou à Cadeia, nem ele rejeitou ser levado à Unidade.

Segundo Cláudio Justa, o domínio das facções criminosas não está presente apenas nos grandes presídios do Estado. "O grande problema do Sistema Penitenciário, hoje, é uma amplitude sistêmica da entrada das facções criminosas, chegando até às cadeias públicas, inclusive no Interior", afirmou

 Diário do Nordeste

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