O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, 59, diz que
"colaborações em curso" podem ajudar nas investigações contra o
presidente Michel Temer por suspeita de obstrução de Justiça e
organização criminosa.
Os inquéritos servem para embasar novas denúncias contra o peemedebista.
A PGR negocia, segundo a Folha apurou, as delações do ex-deputado
Eduardo Cunha e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos pela
Lava Jato.
Janot diz que não pode confirmar as tratativas, mas questionado sobre o
que um político como o ex-presidente da Câmara tem de entregar para
fechar um acordo, ele respondeu: "O cara está neste nível aqui [faz um
sinal com uma mão parada no ar], ele tem que entregar gente do andar
para cima [mostra um nível acima com a outra mão]. Não adianta ele virar
para baixo, não me interessa".
O procurador-geral recebeu a Folha em sua casa no sábado (5), em
Brasília, para uma entrevista. Indicou que prepara nova denúncia contra
Temer, revelou que pedirá a anulação de uma delação e afirmou que a
saída para o país não é "considerar bandido como político".
Janot, cujo mandato na PGR termina em 17 de setembro, contou que
pretende tirar férias acumuladas até abril e projeta se aposentar no
meio do ano que vem.
Folha de S.Paulo



