O Hospital São Mateus realizará, nesta quarta-feira (2) os primeiros
métodos de Gastroplastia Endoscópica, uma redução de estômago por
endoscopia. O Ceará será o primeiro estado do Nordeste a realizar a
ação.
O procedimento será conduzido por Helmut Poti com supervisão de Manoel
Galvão Neto, responsável por implantar a técnica no mundo, e realizado
por um aparelho acoplado ao endoscópio e dispensa a necessidade de cortes com duração entre 40 e 50 minutos.
A operação é menos invasiva e mais rápida, quando comparada à cirurgia
bariátrica, e reduz o tempo de recuperação do paciente, que é liberado
em pouco mais de uma hora após o procedimento.
De acordo com Poti, essa técnica foi criada há quatro anos, porém,
apenas em dezembro de 2016 houve a liberação pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo ele, o Ceará será pioneiro no Norte-Nordeste. Atualmente apenas Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo realizaram este procedimento no Brasil.
"Até o momento, o resultado com esses primeiros pacientes foram mais
que satisfatórios. Alguns deles, conseguiram voltar ao trabalho após
dois dias de realização da redução", ressalta.
Nesta inovação, o risco de deficiência de absorção de nutrientes é quase nulo, pois é um método restritivo que não interfere diretamente na absorção.
São poucas contraindicações. A recomendação é a partir de 12 anos com
autorização dos pais, com maior precisão para níveis de obesidade grau I
e II.
Os planos de saúde ainda não realizam o método que é feito de forma particular.
Obesidade
De acordo com o Ministério da Saúde, um em cada cinco brasileiros está obeso. Fortaleza ocupa o sexto maior índice nacional, tendo 56,5% da população com sobrepeso.
"A obesidade é uma doença progressiva, incurável e crônica. Sem cura,
mas com controle. É válido lembrar que apenas a cirurgia não vai
resolver a doença. É um processo multidisciplinar, que anda de mãos
dadas com uma boa alimentação e outras indicações médicas", declara o
médico.
Ele ainda enfatiza que hoje, a obesidade é considerada até, a doença do século. “Ela pode gerar problemas cardiovasculares, renais, hepáticos, articulares, psicológicas, entre outros", explica.
O levantamento ainda apontou que a população obesa no Brasil passou de
11,8%, em 2006, para 18,9% em 2016. E o excesso de peso também cresceu
26,3%.
Em 2006, 42,6% dos entrevistados foram considerados com excesso de peso. No ano passado, esse índice foi de 53,8%.
O cálculo da obesidade e o excesso de peso é feito a partir do Índice
de Massa Corporal (IMC), que divide o peso pela altura ao quadrado do
indivíduo. Índices iguais ou maiores que 25 são considerados como
excesso de peso e maiores de 30 kg/m2, obesidade.
Diário do Nordeste



