A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a
Receita Federal do Brasil, realizaram, na manhã desta terça-feira (5), a
Operação Unfair Play. A ação tem como objetivo de desmantelar um
esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina em troca da
contratação de empresas terceirizadas por parte do Governo do Estado do
Rio de Janeiro. A Operação, nova fase da Lava Jato no Rio de Janeiro,
conta com apoio de autoridades francesas.
Ao todo, 70 policiais federais cumprem dois mandados de prisão
preventiva e onze mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara
Federal Criminal, na cidade do Rio de Janeiro (Leblon, Ipanema, Lagoa,
Centro, São Conrado, Barra da Tijuca e Jacaré), no município de Nova
Iguaçu e em Paris, na França.
As investigações, iniciadas há nove meses, apontam que os pagamentos
teriam sido efetuados tanto diretamente com a entrega de dinheiro em
espécie, como por meio da celebração de contratos de prestação de
serviços fictícios e também por meio do pagamento de despesas pessoais.
Além disso, teriam sido realizadas transferências bancárias no exterior
para contas de doleiros.
Presidente do COB e empresário são investigados
Conforme o portal de notícias G1, por volta das 6h, os agentes chegaram à
casa de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro
(COB) e do Comitê Rio 2016, para cumprir mandados de busca. Estão sendo
realizadas buscas também na sede do COB. Nuzman será intimado a depor
nesta terça na sede da PF.
As investigações encontraram indícios de que Nuzman teve participação na
compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para
os jogos e que teria sido o responsável por interligar corruptos e
corruptores.
Há um mandado de prisão preventiva contra Arthur César de Menezes Soares
Filho, conhecido como Rei Arthur (ex-dono da fornecedora do Estado
chamada Facility), e outro contra Eliane Pereira Cavalcante, ex-sócia
dele na empresa. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas,
da 7ª Vara Criminal do Rio.
Corrupção internacional
O fatos apurados indicam a possibilidade de participação do dono das
empresas terceirizadas em suposto esquema de corrupção internacional
para a compra de votos para a escolha da capital fluminense pelo Comitê
Olímpico Internacional como sede das Olimpíadas 2016, o que ensejou
pedido de cooperação internacional com a França e os Estados Unidos.
Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
G1


