Panelas que bateram contra a "corrupção de Lula, Dilma e do PT" não batem mais. Então, bateram por quê?
A resposta a que cheguei (sou um brasileiro pertencente a este estrato
social, sou o típico paulistano tradicional, e que convive com essas
duas classes sociais diariamente a 49 anos). São três razões centrais
(principais) do bater panela com Dilma:
1) Medo da perda da distinção social, pela ocupação coletivizada dos
espaços geográficos (shoppings, praias, aeroportos, Miami, barzinhos da
Vila Madalena, restaurantes) e compras coletivizadas dos produtos de
consumo (celulares I-Phone, perfumes, roupas de marcas, tênis tops,
automóvel) pelas classes média e médio-alta tradicionais e os ascendidos
sociais da Era Lula/Dilma - a chamada classe C.
2) Medo da concorrência no mercado de trabalho pela possibilidade dos
pobres e remediados de chegarem ao Ensino Superior e concorrem com os
ascendidos sociais até a Era FHC pelos postos de trabalho com melhor
remuneração.
3) Medo de perder a exclusividade no processo de chegar ao topo da
pirâmide social, ou seja, que só nós das classes média e médio-alta
tradicionais tenhamos as ferramentas e o Capital inicial para chegar à
condição de multi-milionários ou bilionários.
A corrupção, o mote das manifestações a favor do Impeachment de Dilma
Rousseff, foi apenas um pretexto para a defesa da distinção social, da
não concorrência no mercado de trabalho melhor remunerado e pela
exclusividade no processo de chegar ao topo da pirâmide social.
Colocaram um Governo que breca a possibilidade de ascensão social e
mantêm o status quo da Era pré-PT e as panelas se silenciaram, mesmo que
vivenciemos no mundo real o Governo mais corrupto da História.
E você me pergunta:
E a meritocracia?
Esta nunca existiu nem vai existir, porque o mérito, sejamos sinceros, é
confundido com o direito adquirido de ser distinto do brasileiro
remediado e do brasileiro pobre, mérito de distinção fabricado de forma
"divinatória" e pela "herança familiar".
Os de fora deste mundo fechado do brasileiro médio não receberam a
Bênção Divina que os mereça capacitar a adentrar no Mundo dos homens de
Bem(ns) e ocupar os mesmos espaços geográficos e consumir produtos
iguais das classes média e médio-alta tradicionais porque não têm bons
modos, classe, glamour e Educação.
Fonte: Jornal GGN