O presidente Michel Temer (PMDB) passou mal nesta quarta-feira (25) e
foi levado para um hospital de Brasília. A informação foi confirmada por
assessores do Palácio do Planalto.
O mal estar teria ocorrido após ele ter saído para o almoço, o que aconteceu por volta de 13h30.
O líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou no plenário da
Câmara que o presidente apenas passou por "exames de rotina" e que
retornaria ao Planalto ainda hoje. Segundo Ribeiro, a orientação do
governo é continuar a votação na Câmara.
Ribeiro afirmou que o porta-voz da Presidência deverá imitir um comunicado em breve.
O incidente com Temer ocorre no momento em que a Câmara dos Deputados
prepara-se para votar se aceita uma segunda denúncia contra o
presidente, apresentada pela Procuradoria-Geral da República.
No início do mês, foi divulgado que Temer está com obstrução parcial de
uma artéria coronária. O problema foi detectado em exame de imagem.
Temer deverá passar por tratamento medicamentoso e dieta. Ainda não há
informações se há relação entre a internação desta quarta com o problema
na artéria.
Entenda a denúncia
A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou Temer por obstrução de
justiça e organização criminosa e também outros seis políticos do PMDB,
entre eles os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, mas esses
apenas pelo segundo crime.
A acusação por organização criminosa sustenta que os sete integrantes do
PMDB montaram um esquema de propina em órgãos públicos, como Petrobras,
Furnas e Caixa Econômica. Temer é apontado na denúncia como líder da
organização criminosa desde maio de 2016.
Temer, Moreira e Padilha têm negado a prática de qualquer irregularidade.
Para a Procuradoria, o presidente também cometeu o crime de obstrução de
justiça ao dar aval para que o empresário Joesley Batista, um dos donos
da JBS, comprasse o silêncio do corretor de valores Lucio Funaro,
apontado como operador do PMDB.
Em sua delação premiada, Funaro afirmou ter recebido dinheiro de Joesley
para que não fechasse um acordo de colaboração. Segundo a Procuradoria,
o silêncio do operador beneficiaria o grupo do PMDB próximo a Temer. O
presidente nega que tenha dado aval ao executivo da JBS para os
pagamentos.
A primeira denúncia contra Temer foi rejeitada pela Câmara em agosto, por 263 votos a 227.
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