Polícia Civil está cumprindo, na tarde desta terça-feira (31), mandatos
de busca e apreensão na Câmara dos Vereadores de Acarape para
desarticular um esquema de funcionários fantasmas que estariam
beneficiando sete dos nove parlamentares da Casa. O caso está nas mãos
do promotor André Zeck, do Ministério Público do Ceará (MPCE), que
investiga ainda uma tentativa de obstrução de Justiça por parte do
presidente da Câmara, José do Franzé (PSD).
O caso veio à tona em 2014, quando um homem tentou renovar o benefício
do Bolsa Família e foi impedido por seu nome constar, sem seu
consentimento, como assessor do vereador Fernando dos Morenos (PMB). O
homem processou o parlamentar e pôs em evidência o esquema de
funcionários fantasmas na Câmara.
Durante a investigação, já em 2017, o Ministério Público requisitou a
José do Franzé a lista de assessores contratados pela Câmara. O
presidente da Casa enviou ao MP um documento com os nomes dos
assessores, que teriam sido contratados em 1º de janeiro de 2017, o que
chamou a atenção do promotor, já que a data é reservada para a posse dos
vereadores eleitos.
Entre os assessores contratados, com remuneração de cerca de R$ 1.100,
estavam pessoas que nem moravam em Acarape. A situação do presidente da
Câmara se complicou ainda mais quando agentes da Polícia Civil
encontraram o livro de ponto dos funcionários fantasmas, com todo o ano
de 2017 assinado, incluindo os meses de recesso parlamentar. Estariam
envolvidos no esquema sete dos nove vereadores, incluindo Fernando dos
Morenos, reeleito em 2016, e José do Franzé.
Até às 17h de hoje, agentes da Polícia Civil seguiam dentro da Câmara
colhendo esclarecimentos e apreendendo documentos e outros materiais
para a investigação. Ninguém foi preso até o momento.
Ceará News