Até a próxima quarta-feira, 27, o Governo do Estado deverá receber um
novo fôlego financeiro, de R$ 65 milhões, para o andamento das obras do
Cinturão das Águas do Ceará (CAC). A expectativa é de normalizar os
serviços, que, no fim de novembro, teriam tido o ritmo diminuído um
pouco por conta do travamento de verbas pela União. A quantia esperada
já saiu do contingenciamento do Ministério do Planejamento e será
repassada via Ministério da Integração Nacional.
Antes do recesso
de Natal, o governador Camilo Santana (PT) deve ir pessoalmente, amanhã,
à região do Riacho Seco, em Missão Velha, no Cariri. Vai conferir o que
está pronto e o que ainda é pendência na região. O Riacho Seco é o
ponto que chega ao quilômetro 53 do Cinturão, que completa o chamado
Trecho Emergencial, e onde a obra estaria precisando reacelerar. No
desenho dos canais, a água é captada a partir de Jati. A partir de
Missão Velha, a água da transposição do rio São Francisco deverá descer
em direção aos rios Salgado e Jaguaribe, que entra no açude Castanhão,
até chegar a Fortaleza.
Segundo dados da Superintendência Estadual
de Obras Hidráulicas (Sohidra) nos cinco lotes da obra, os trabalhos
completaram 52%. Porém, no Trecho Emergencial, estaria na casa dos 68%.
Em setembro, estava em 65%, segundo dados da Sohidra publicados pelo O
POVO no especial A Premência pela Água. O Emergencial é formado pelo
Lote 1 (38,6 km), parte do Lote 2 (9,2 km) e alguns túneis que integram o
Lote 5 — completando os 53 quilômetros. Atualmente, O POVO apurou que
estariam cerca de 900 operários em atividade nos cinco lotes, sendo 100
deles no Lote 2 (onde já estiveram cerca de 800).
Recursos
O
destravamento da verba do Cinturão foi viabilizado também a partir da
reaproximação de Camilo com o senador Eunício Oliveira (PMDB). O
presidente do Senado fez a intermediação de encontros do governador
cearense com os ministérios da Integração Nacional e do Planejamento, em
reuniões em Brasília. Ontem à tarde, Camilo esteve reunido com a cúpula
dos órgãos de gestão hídrica estadual discutindo a situação.
O
diretor de Águas Superficiais da Sohidra, Antônio Madeiro de Lucena,
confirmou que os R$ 65 milhões serão importantes para o cumprimento de
prazos. “Usaremos uma parte para pagar dezembro e ficarão cerca de R$ 15
milhões para abrir bem os trabalhos em janeiro de 2018”, afirmou.
A previsão é que o Cinturão das Águas tenha em operação até 12 mil litros/segundo vindos do São Francisco.
O Povo



