O escritor, roteirista e jornalista maranhense José Louzeiro, de 85
anos, morreu em sua residência no Rio de Janeiro. A causa da
morte ainda é desconhecida, mas, segundo parentes do escritor, ele
enfrentava há anos problemas de saúde, em função do diabetes.
Nascido em São Luís, em 1932, José de Jesus Louzeiro ingressou no
jornalismo aos 16 anos de idade, como estagiário no jornal O Imparcial,
na capital maranhense. Com 21 anos, veio para o Rio de Janeiro, onde se
radicou e trabalhou por mais de 20 anos como repórter policial, em
importantes jornais e revistas como Diário Carioca, Correio da Manhã,
Última Hora e Manchete.
A estreia na literatura foi em 1958, com o conto Depois da Luta, mas o
reconhecimento veio mesmo em 1976, quando Louzeiro lançou Lúcio Flávio, o
Passageiro da Agonia, o primeiro título no gênero literário que o
consagrou, o romance-reportagem, narrativas biográficas baseadas em
casos famosos da crônica policial.
Foram quase 40 livros no gênero, entre os quais destacam-se Infância dos
Mortos, que mais tarde serviu de argumento para o filme Pixote, a Lei
do Mais Fraco, de Hector Babenco, que teve Louzeiro como roteirista;
Aracelli, Meu Amor, e Em Carne Viva, que reviveu o drama da estilista
Zuzu Angel e de seu filho Stuart Angel, morto pela ditadura militar, na
década de 70.
No cinema, além de Pixote, Louzeiro assinou o roteiro de outros nove
filmes, entre os quais O Homem da Capa Preta, Sergio Rezende, Os Amores
da Pantera, de Jece Valadão, e Amor Bandido, de Jeff Nichols. Foi também
autor de telenovelasm como Qorpo Santo, Guerra sem Fim e O Marajá. Esta
última, uma comédia inspirada no governo de Fernando Collor, foi
censurada antes de ir ao ar.