O PSB se transformou na noiva da disputa presidencial de 2018. Em razão
do racha interno provocado pela morte da sua principal liderança,
Eduardo Campos, em 2014, o partido hoje se divide entre defensores de
uma aliança com Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e
Marina Silva, hoje na Rede. Isso, segundo reportagem do O Globo deste
domingo, depois de viver o seu auge no plano nacional com os 22 milhões
de votos recebidos por Marina Silva na eleição de 2014.
Enquanto o PSB trava sua batalha interna, os quatro pré-candidatos
lançam suas armas para tentar atrair o aliado. A ofensiva inclui visitas
a Renata Campos, a viúva de Eduardo, que exerce influência na cúpula.
Em agosto, Lula esteve na casa dela, em Recife. Alckmin a visitou em
novembro.
Os quatro presidenciáveis acenam com o posto de vice. Sem nenhum outro
aliado em vista, já que seus parceiros tradicionais, como o PCdoB,
lançaram pré-candidatos, o PT, no momento, é o que tem jogado as fichas
mais pesadas. Os petistas oferecem apoio à reeleição de Paulo Câmara, em
Pernambuco, e de Márcio França, que deve assumir o governo de São Paulo
em março quando Alckmin renunciar ao posto para concorrer a presidente.
Ele já anunciou que tentará um novo mandato.
— Há muitos interessados no apoio do PSB. Todos querem o apoio do PSB,
mas não vamos escolher agora — afirma o presidente do partido, Carlos
Siqueira.
O apoio do antigo aliado serve a Lula para incrementar o tempo de TV. O
PSB garantiria mais 45 segundos ao petista, que conta com 1 minuto e 35
segundos em cada bloco de 12 minutos e meio do horário eleitoral. De
quebra, ainda romperia o isolamento que ronda a candidatura petista.
A marcação do julgamento de Lula para 24 de janeiro e a possibilidade de ele ficar inelegível, porém, dificultam a negociação.
Já para Alckmin, o PSB seria importante para não tornar a sua
candidatura tão dependente de um acordo com o PMDB, e para que o tucano
busque apoio no Nordeste, região do país onde o PSB tem bastante
influência.
Com menos tempo do que Lula e Alckmin, Marina e Ciro enxergam no PSB a
chance de se tornarem competitivos. A possibilidade, porém, de o PSB
aderir à candidata da Rede ou do PDT é considerada remota por caciques
da legenda.
Blog do Eliomar de Lima


