Briga entre GDE e CV motiva chacina em Maranguape


Os corpos de quatro jovens executados a tiros, na localidade conhecida como Serra da Pelada, no bairro Novo Parque Iracema, em Maranguape, foram encontrados por policiais militares, na manhã de ontem, dentro de uma residência. De acordo com a PM, a chacina foi motiva por uma briga entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE).

O crime aconteceu por volta de 23h do último domingo (7). Um grupo fortemente armado subiu a Serra da Pelada a pé, arrombou as portas da residência, onde moravam as vítimas, e cometeu os assassinatos. Moradores da comunidade relataram ter ouvido cerca de 300 tiros.

Joaquim Monteiro da Silva Neto, 19; João Lucas de Sousa Morais, 18; Antônio Herbsson Brito Jacinto, 'Binha', 17; e outro jovem identificado apenas como 'Juan' foram surpreendidos enquanto dormiam, por diversos disparos. Todos morreram no local. Os criminosos utilizaram pistolas e revólveres, para cometerem os crimes. Uma das vítimas ainda foi atacada com golpes de foice, e teve o crânio esfacelado.

Segundo o tenente PM J. Roberto, foram apreendidos quase 100 projéteis de arma de fogo, maconha, a foice usada pelos suspeitos e uma moto roubada, que estava com as vítimas.

Desafetos

Segundo a Polícia, os quatro jovens assassinados eram envolvidos com roubos, homicídios e tráfico de drogas, em Maranguape. Conforme a PM, as vítimas eram ligadas ao CV, enquanto os executores seriam da GDE. As duas facções se digladiam desde o início do ano passado, impulsionando o aumento de homicídios em mais de 50%, em 2017.

A Igreja da Serra da Pelada está pichada com a sigla GDE. Enquanto a casa onde aconteceu a chacina tinha a pichação do CV. "Aqui é uma área onde não tem uma facção estabelecida, ainda, nessa guerra travada entre elas", explicou o delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Edmo Leite que atendeu a ocorrência.

De acordo com o tenente J. Roberto, a chacina pode ter relação com a morte de outro membro do CV, no mesmo bairro, entre a noite de sábado (6) e a madrugada de domingo (7). O homem executado, que não teve o nome revelado, teria sido torturado para dizer a localização dos comparsas.

Poucas horas depois, os quatro jovens foram localizados na casa, que funcionava como esconderijo, e foram executados.


Diário do Nordeste

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